Quem é o novo prefeito Ricardo Nunes?

No final da manhã do domingo, dia 16, poucas horas após a confirmação da morte precoce do prefeito eleito Bruno Covas (PSDB), a mesa diretora da Câmara Municipal de São Paulo se reuniu e oficializou a mudança no comando da cidade. Com base na Lei Orgânica do Município, a Câmara declarou a extinção do mandato de Covas e o presidente da Casa, vereador Milton Leite (DEM), comunicou o até então prefeito em exercício Ricardo Nunes (MDB), concluindo a formalidade. Nunes estava no comando interino desde 2 de maio, quando Covas voltou a ser internado por complicações do câncer e pediu licença do cargo por 30 dias.

Em seu primeiro ato, Nunes decretou luto oficial de sete dias pela morte de Bruno Covas. Nas redes sociais, postou: “a dor toma conta, perder um amigo, um irmão, que é referência de integridade, companheirismo e generosidade, dói muito”.

Ex-vereador de São Paulo por dois mandatos pelo MDB (antigo PMDB), Ricardo Nunes tem 53 anos e ainda é desconhecido por boa parte dos paulistanos. Marca o retorno do MDB ao comando da cidade após quatro décadas.

O novo prefeito é católico atuante e tido como mais conservador que o seu antecessor. Uma das polêmicas em torno do seu nome envolve tentativas de barrar menções a termos de gêneros no Plano Municipal de Educação, quando ainda era vereador.

Nos dois mandatos na Câmara, aprovou 58 leis, sendo 41 em conjunto com outros vereadores e 17 de autoria própria. Apenas quatro dessas últimas não eram de datas comemorativas ou nomes de ruas.

Durante o primeiro mandato como vereador, integrou a base de apoio do ex-prefeito Fernando Haddad (PT), que acabou derrotado na tentativa de reeleição pela chapa João Doria e Bruno Covas. Nunes, que se reelegeu vereador no mesmo pleito, passou então a fazer parte da base tucana.

Foi integrante da Comissão de Finanças da Câmara, o que o torna profundo conhecer das contas da cidade. Também ganhou notoriedade na Casa ao presidir a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Sonegação Tributária, que multou o Itaú Unibanco em R$ 3,8 bilhões por suposta fraude fiscal.

Ao longo desta semana, nos compromissos oficiais, afirmou e reafirmou que seguirá as mesmas diretrizes de Covas. “Não haverá mudança em nada que o Bruno planejou e definiu. Será uma gestão Bruno Covas até 2024. Não existe qualquer outra possibilidade a não ser honrar a memória dele e homenagear o carinho que ele tem pela cidade”, disse em entrevista à Folha de S.Paulo.