A São Paulo Transportes (SPTrans) decidiu que a partir de hoje, dia 30, a frota de ônibus em circulação na cidade será de 40%. De acordo com o órgão, a medida é necessária porque o número de passageiros transportados está em 23% da média diária em dias úteis. Mas, os usuários estão reclamando da decisão. Alegam que além de esperarem mais tempo nos pontos pelos coletivos, o que acaba gerando aglomeração, os ônibus circulam mais lotados.
“A Prefeitura insiste para evitarmos aglomerações e ela mesma não colabora. Sou atendente em um hospital na região e hoje precisei embarcar em um ônibus bem cheio no Sapopemba”, comenta o trabalhador que pediu para não ser identificado. “O monotrilho também continua parado, justo nesse momento que precisamos de mais opções de transporte para não ter lotação”, completa.
A moradora da Vila Ema, Gislaine Santos, contou que precisou desistir de ir a uma consulta médica porque ficou mais de 20 minutos aguardando no ponto de ônibus. “Na clínica me avisaram que não poderia chegar atrasada para evitar acúmulo de pacientes na recepção, então acabei desistindo. Estava em casa há dez dias, só precisei sair hoje e enfrento esse problema. Achei uma falta de consideração da Prefeitura com quem depende de ônibus”, explica.
Em nota divulgada anunciando a redução da frota, a SPTrans informou que seguirá monitorando diariamente a movimentação de passageiros e fará ajustes, se necessário, para atender a população. Ressaltou que “em razão da pandemia do coronavírus, a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que as pessoas evitem sair de casa. A prioridade neste momento é manter o transporte disponível àqueles que prestam serviços essenciais na cidade e evitar a circulação desnecessária nas ruas da cidade”.
A SPTrans também informou que a frota de ônibus do noturno passou de 430 para 211 veículos. Todas as linhas noturnas continuam operando com intervalos maiores entre os veículos.