O governador João Doria (PSDB) e o secretário dos Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy, assinaram no começo deste ano a ordem de serviço para o início imediato das obras de ampliação da Linha 2-Verde do Metrô, a partir da estação Vila Prudente chegando até a Penha. Porém, quase dois meses depois, quem passa pelos terrenos que tiveram os antigos imóveis demolidos para a construção das paradas ainda não vê movimentações de início dos trabalhos. Ao contrário, em alguns pontos o aspecto é de abandono por causa do mato muito alto e do lixo acumulado.

Na região, os terrenos para as futuras estações Orfanato, Água Rasa e Anália Franco já foram desapropriados há quase seis anos e frequentemente são alvos de queixas da vizinhança por conta da falta de manutenção. “Anos atrás, quando anunciaram a vinda do metrô, a notícia foi muito comemorada. Não imaginávamos que este sonho se tornaria um pesadelo. Moro nas proximidades de onde está prevista a estação Água Rasa e não consigo mais viver com tranquilidade. O mato do terreno cresce rapidamente e o serviço de capinação demora muito para acontecer. Muitos mosquitos e ratos invadem as residências do entorno. Além disso, por conta da impressão de abandono, algumas pessoas despejam lixo e entulho”, comentou o morador da rua São Maximiano, Josué Figueiroa dos Santos.

Expansão
Após o projeto de prolongamento ficar paralisado por quatro anos por falta de verba, o Governo do Estado retomou a proposta de expansão da Linha 2 no ano passado, com a reativação dos contratos para a elaboração dos projetos executivos e o posterior início das obras. Segundo o Governo, os trabalhos começarão com a montagem dos canteiros de obras e preparação para as escavações e construção dos túneis e poços de ventilação, além das oito novas estações: Orfanato, Água Rasa, Anália Franco, Vila Formosa, Guilherme Giorgi, Nova Manchester, Aricanduva e Penha. Questionada pela Folha, a Companhia do Metropolitano de São Paulo – Metrô informou que no momento estão sendo realizados a prospecção arqueológica e os ensaios de bombeamento de água subterrânea nas áreas de ampliação da Linha Verde. Foi ressaltado que essas atividades precedem a obra bruta e são fundamentais para as escavações.

Quanto à limpeza dos terrenos já desapropriados, o Metrô esclareceu que o serviço de capinação está previsto para a primeira semana de março – porém, nesta semana, a capinação já começou em alguns terrenos. A companhia completou afirmando que a conservação e manutenção das áreas desapropriadas, incluindo desinsetização, desratização e reparo de cercas e calçadas são realizados periodicamente.