Na madrugada do domingo, dia 5, Carlos Roberto Vieira da Silva, de 39 anos, dormia sob a marquise de um supermercado na rua Celso de Azevedo Marques, na Mooca, quando teve o corpo incendiado. Com graves ferimentos, a vítima foi encaminhada pelo Resgate do Corpo de Bombeiros ao hospital municipal Dr. Carmino Caricchio, no Tatuapé, onde faleceu na manhã da segunda-feira, dia 6. Três dias depois, a Polícia Civil conseguiu deter o suspeito Flausino Candido Filho, de 49 anos, conhecido como Buiu. Também é morador de rua e confessou a autoria do crime, segundo os delegados responsáveis pelo caso. Ele foi localizado na madrugada da quarta-feira, dia 8, na região do Ipiranga, por equipe do 18º Distrito Policial – Alto da Mooca. O pedido de prisão temporária foi acatado pela Justiça.
Após a prisão, em coletiva de imprensa no Departamento de Polícia Judiciária (Decap), foi informado que além de confessar a ação, o detido também foi reconhecido por testemunhas. Ele já ficava com frequência naquela região da Mooca antes do crime.
Participaram da coletiva o delegado Glaucus Vinicius Silva, titular do 56º DP – Vila Alpina, onde a ocorrência foi registrada durante o plantão; a delegada Silvana Sentieri Françolin, titular 18º DP, unidade que tocou as investigações; e o delegado Helio Bressan, responsável pela 5ª Delegacia Seccional (Leste).
A motivação para o crime seria uma desavença entre o detido e a vítima. “Ainda estamos apurando o motivo”, explicou o delegado Bressan. Ele destacou que o crime foi solucionado em três dias culminado com a prisão do responsável. “Esse fato leva à conclusão de que a Polícia Judiciária de São Paulo e a Polícia Civil têm feito um trabalho orgulhoso”, finalizou Bressan.
O crime
Ainda consciente durante o socorro, Silva contou que não sabia quem era o agressor porque dormia no momento do ataque. Vizinhos relataram os momentos de pânico diante do homem incendiado. Ele teve queimaduras de segundo e terceiro graus nas pernas, costas, tórax e rosto.
Imagens de câmeras de segurança das imediações que flagraram o crime foram decisivas para resolução do caso. Mostram o homem jogando um líquido em um pequeno fogo e logo na sequência as chamas ganham grandes proporções. Também o denunciam correndo depois. Policiais fizeram inclusive buscas em hospitais das imediações, pois ele também sofreu queimaduras. Foi considerado que ele assumiu o risco de matar a vítima e, por isso, foi indiciado pelo crime de homicídio doloso.
O corpo de Silva foi transportado para Sergipe e levado pelos familiares para a cidade de Nossa Senhora da Glória, local de nascimento da vítima.