Funcionários do setor administrativo do hospital municipal Doutor Ignácio Proença de Gouvea, também conhecido como João XXIII, na Mooca, paralisaram o trabalho por cerca de duas horas na tarde de hoje. Os servidores protestaram em busca de valorização da carreira e melhorias salariais.
Eles estão entre os mais de nove mil agentes de apoio, que são servidores considerados de nível básico, e mais de sete mil nas carreiras de nível médio, entre Assistentes de Gestão de Políticas Públicas (AGPPs) e Assistentes de Suporte Técnico (ASTs). Esses agentes trabalham nas subprefeituras, secretarias, hospitais municipais, unidades básicas de saúde, prontos socorros municipais e no serviço funerário.
Segundo o presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindsep), Sergio Antiqueira, que comandou o ato na frente da unidade de saúde, entre os servidores há quem recebe menos de um salário mínimo. “Além da remuneração ser desonrosa, reajustes não acontecem há mais de cinco anos. Os salários estão congelados e esquecidos”, declarou Antiqueira. “Resolvemos fazer este ato na frente do hospital para chamar atenção das autoridades e mostrar as condições para a polução, que não tem conhecimento desse grave problema”, completou
Outra questão levantada foi a não convocação de novos funcionários aprovados em concurso. “No meu setor já aconteceu falecimento de agentes, os quais não foram substituídos. Os que permaneceram tiveram que absorver mais serviço”, denunciou uma servidora do hospital.
O Sindsep afirma que está em negociação com a Prefeitura e as propostas apresentadas até o momento pela administração municipal não foram satisfatórias. Por conta disso um grande ato está sendo organizado para acontecer no próximo dia 19 em frente à sede da Prefeitura, no centro da cidade, com a presença de servidores de todos os setores afetados.
A Prefeitura informou que o funcionamento do hospital não foi prejudicado na tarde de quarta-feira e a Secretaria Municipal de Gestão está empenhada para restabelecer as mesas de negociação. Foi ressaltado que novos encontros com representantes do funcionalismo estão previstos para os dias 10 e 17 deste mês. A administração municipal acrescentou também que o projeto de lei que compreende abonos, o fim da trava para crescimento, entre outras reivindicações das categorias, ainda permanece com efeito sustados na Câmara Municipal.
(Gerson Rodrigues)