Em março do ano passado, circularam pelas redes sociais várias fotos denunciando problemas em quatro pilares da Linha 15-Prata, no trecho entre as estações Vila Prudente e Oratório, em operação desde agosto de 2014. As imagens sugeriam rachaduras nas construções de concreto que suportam os trilhos do monotrilho, o que gerou muitas preocupações entre os usuários. A Companhia do Metropolitano de São Paulo – Metrô negou. Na ocasião alegou, por escrito, à Folha que as marcas se tratavam de “desgaste na película de verniz que com a água da chuva e o acúmulo de agentes poluentes provocaram o escurecimento”. Completou que não acarretavam riscos à segurança do transporte e que, ainda naquele mês, seria iniciada a limpeza e posterior correção com aplicação de novo verniz. Porém, o tempo se encarregou de mostrar que não se tratava de uma simples limpeza. Mais de um ano e dois meses depois, o Metrô pretende concluir os serviços nas quatro colunas somente neste mês e informou que receberam “injeção de resina e concreto nas fissuras e, posteriormente, passaram por acabamento”. Agora, ocorre a etapa final, com aplicação de verniz anti-pichação.
O pesado trabalho nos quatro pilares nos últimos meses despertou a curiosidade e a preocupação em quem passava pelo trecho, na altura da avenida Salim Farah Maluf, onde existe o viaduto. Principalmente no período noturno era comum ver caminhões despejando concreto para reforçar as colunas. A Folha acompanhou a obra e em julho, o Metrô explicou que “as imperfeições vistas em 4 dos 536 pilares instalados na Linha 15 não comprometiam a segurança nem alteravam o conforto do usuário da linha. Mesmo assim, a empresa fabricante dessas estruturas de concreto vem realizando a manutenção adequada para complementação do reparo necessário”. Foi destacado que as colunas estavam recebendo tratamento com resina epóxi, cintamento e posterior cobertura em concreto nos poucos pontos de cada pilar nos quais se verificou essa necessidade.
Nessa época, poucos operários trabalhavam nos pilares e a obra era totalmente visível, já que não havia a barreira de proteção. A reportagem esteve ao lado dos andaimes montados nas colunas e fotografou as escavações abertas no entorno das bases. Depois da publicação da matéria, todo o canteiro de obras foi cercado.
Em novembro, a Folha voltou a questionar o Metrô que respondeu, via telefone, que se tratava de “manutenção preventiva para garantir a durabilidade centenária da construção e que não havia sinalização da necessidade de obras em outras colunas”.
Quem passa pelos pilares agora, nota que receberam reforço na estrutura. Mas, o canteiro de obra segue no local. Indagado mais uma vez pela reportagem, o Metrô respondeu que a previsão é que trabalhos sejam concluídos nesse mês. Foi explicado que por se tratar de um trecho em operação, parte dos serviços só pode ser executado fora do horário de funcionamento da linha. Assim, como explicou em todas as respostas anteriores, foi ressaltado que os trabalhos foram realizados sem custos para o Metrô pela empresa responsável pela construção dos pilares. (Kátia Leite)