Escolas da região não conseguem subir de grupo

A Acadêmicos do Tatuapé entrou no Sambódromo pelo Grupo Especial do Carnaval paulistano na madrugada do último sábado, 2, em busca do tricampeonato. A agremiação fez belo desfile, mas terminou em sétimo lugar. Quem também fez bonito na avenida foi a Mocidade Unidade da Mooca, que estreou no Grupo de Acesso e conquistou a quinta posição. Entre as outras agremiações da região, a tristeza ficou por conta da Unidos de São Lucas, que acabou rebaixada para o Grupo de Acesso I de Bairros em razão de um dos carros alegóricos ter quebrado no meio do desfile.

Acadêmicos do Tatuapé
Com o enredo “Bravos Guerreiros. Por Deus, pela honra, pela justiça e pelos que precisam de nós” a escola fez empolgante apresentação no Sambódromo pelo Grupo Especial. A agremiação permaneceu na disputa pelo título até o último quesito – alegoria – onde não conseguiu boas notas e caiu algumas posições, terminando em sétimo lugar, com 269,5 pontos.

Mocidade Unida da Mooca
Em sua estreia no Grupo de Acesso, após ser campeã do Acesso I em 2018, a escola da Mooca levou para a avenida o enredo “Manto Sagrado, a história que o tempo bordou”, que contou o surgimento e a importância do Pavilhão, símbolo maior das escolas de samba. A agremiação fez belo desfile marcado pela organização e terminou a disputa na quinta colocação, com 268,6 pontos, na frente de tradicionais escolas, como a Camisa Verde e Branco, a Leandro de Itaquera e a Unidos do Peruche. “Estamos muito felizes com o resultado, pois sabíamos que seria difícil abrir o grupo de Acesso. Mas, com muita luta e esforço de toda a comunidade, conseguimos fazer o maior desfile da história da nossa escola. O carnaval do próximo ano já começou, o qual será muito difícil, pois contará com as escolas mais tradicionais de São Paulo na disputa (a Vai-Vai e Acadêmicos do Tucuruvi foram rebaixadas para o Acesso neste ano). O nosso sonho de chegar ao Grupo Especial persiste”, declarou o presidente da Mocidade, Rafael Falanga.

Unidos de São Lucas
Em seu terceiro Carnaval seguido no antigo Grupo 2, atualmente chamado de Grupo Especial de Bairros, a tradicional escola desfilou na última segunda-feira, dia 4, na avenida Eliseu de Almeida, no Butantã. Devido a problemas no segundo carro alegórico, que quebrou no meio do desfile, a agremiação foi punida e terminou na penúltima posição, com 265,7 pontos, resultando na queda para o Grupo de Acesso I de Bairros. “Infelizmente esta fatalidade nos prejudicou e perdemos muitos pontos. Além de punição por perder uma alegoria, estouramos o tempo na avenida em 20 minutos. Se não fossem esses problemas teríamos ficado entre as três primeiras”, comentou a presidente da Unidos, Maristela do Amaral.

Mais agremiações
A Uirapuru da Mooca não conseguiu empolgar os jurados e ficou na 11ª posição do Grupo de Acesso II com 267,9 pontos. A Combinados do Sapopemba também não teve bom desempenho no Grupo de Acesso II e ficou na última posição, com 267,5 pontos, sendo rebaixada para o Grupo Especial de Bairros. A Dragões de Vila Alpina, que desfilou pelo Grupo de Acesso I de Bairros, ficou na 9ª colocação, com 178,3 pontos e se manteve. A Cabeções de Vila Prudente somou 177 pontos e ficou na 9ª posição do Grupo de Acesso II de Bairros, onde permanecerá em 2020.

Prefeitura vai desativar base do SAMU na região


Portaria do prefeito Bruno Covas (PSDB) publicada no Diário Oficial no fim de fevereiro, que determina o fechamento de 31 das 58 unidades do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) da cidade, está provocando polêmica e terá reflexo na região. A unidade situada na confluência das avenidas Anhaia Mello e Salim Farah Maluf, denominada Água Rasa, será desativada até o fim do mês.

A administração municipal defende que essas unidades modulares – que funcionam em contêineres alugados – tiveram seu contrato encerrado para redução de gastos. As equipes e as viaturas estão sendo realocados para espaços das demais unidades de saúde da cidade. A Prefeitura afirma ainda que esse processo vai ampliar o atendimento em mais de 70 pontos de apoio.

Os funcionários do SAMU rebatem as justificativas do governo. Eles argumentam que apenas os serviços foram descentralizados, sem aumento de funcionários e viaturas. E que muitos dos novos locais não oferecem condições de estrutura como as bases atuais.  Funcionários da base Água Rasa, que pediram para não serem identificados, informaram que as equipes da região serão realocadas para a AMA Hermenegildo Morbin Júnior, no Jardim Independência, e para o Hospital Ignácio Proença de Gouveia (antigo João XXIII), na Mooca.

“As bases atuais estão em pontos estratégicos da cidade, com acomodações dignas e banheiros com chuveiro e vestiários. Contam ainda com segurança, serviço de limpeza, copa para refeições e estacionamento amplo e coberto para a ambulância que precisa de espaço adequado para poder deslocar-se com brevidade ao atendimento. Algumas dessas têm mais de uma ambulância.”, relata uma funcionária.

A vereadora Juliana Cardoso (PT), integrante da Comissão de Saúde da Câmara Municipal, questionou o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, sobre a desativação das unidades e os locais inapropriados para alojar o serviço durante audiência pública realizada no final de fevereiro, mas não ficou satisfeita com a explicação. “Além de condições inadequadas para acomodar as equipes e ambulâncias, muitos desses novos locais não funcionam 24 horas como ocorre atualmente”, comenta a vereadora. “E o resultado é que haverá demora de tempo num serviço essencial que é o de salvar vidas”.

Outro lado

A Prefeitura informou que as mudanças fazem parte da nova fase do processo de ampliação e descentralização do SAMU, iniciado em 2017. Segundo a administração municipal, “o plano prevê o aumento de 58 para 78 bases descentralizadas e a integração com as unidades de saúde irá gerar sinergias entre as equipes do SAMU e das unidades assistenciais, qualificando ainda mais o atendimento”. Outro objetivo da mudança, segunda a Prefeitura, “é aprimorar o aproveitamento dos recursos humanos e materiais do SAMU, cobrindo os territórios de forma mais efetiva”. Foi ressaltado que aproximar as equipes de prontidão dos locais de atendimento é uma forma efetiva de reduzir o tempo de resposta aos chamados. (Gerson Rodrigues / Colaboração André Kuchar)