Sala principal do Arthur Azevedo só reabre no segundo semestre

Conforme a Folha destacou com exclusividade no final do ano passado, o forro da sala principal de espetáculos do Teatro Municipal Arthur Azevedo, na Mooca, cedeu na madrugada de 1º de dezembro, após grande volume de chuva e fortes ventos na região. Desde então, o espaço está interditado e as atrações ficaram restritas a públicos menores no saguão e na sala multiuso.  A previsão é que o teatro volte a receber grandes espetáculos somente no segundo semestre. A Secretaria Municipal de Cultura informou que o valor orçado para a obra de reparo é de aproximadamente R$ 216 mil. O problema acontece pouco mais de três anos após o teatro ser reaberto. Entre 2011 e 2015 o Arthur Azevedo passou por ampla reforma que contemplou a troca total do telhado, segundo a Prefeitura garantiu na ocasião.

Inaugurado em 1952, o Teatro Arthur Azevedo foi fechado às pressas em setembro de 2011. O prédio apresentava graves falhas estruturais, como infiltrações que colocavam em risco os funcionários, público, atores e demais membros das companhias teatrais. Na época, espetáculos foram interrompidos antes do final por causa de goteiras no palco e na plateia.

A reforma começou em julho do ano seguinte e durante uma vistoria em setembro de 2013, o então secretário municipal de Cultura, Juca Ferreira, destacou as trocas de todo o telhado e da parte hidráulica do teatro.  O projeto foi idealizado por uma arquiteta da Secretaria Municipal de Cultura e a realizado pela construtora Engetal.

Durante as festividades de aniversário da Mooca em agosto de 2015, o Arthur Azevedo foi reaberto totalmente requalificado e com recursos mais modernos de cenotecnia para teatro e sistema de projeção, nova cabine de controle de som e luz, melhorias na acústica, ar-condicionado e poltronas mais confortáveis, entre outras melhorias. A obra estava orçada inicialmente em R$ 5,4 milhões e de acordo com o divulgado pela Prefeitura na reinauguração, o investimento final foi de R$ 7,8 milhões.

Nesta semana, a Secretaria Municipal de Cultura informou que o processo administrativo referente aos reparos no forro foi concluído no final de janeiro. Apesar de a Folha questionar, não foi esclarecido se ainda existe garantia da reforma realizada pela construtora. Conforme a reportagem apurou, a Secretaria está tentando que a empresa arque com parte do conserto. (Kátia Leite)

Rua “sem inauguração” gera transtornos à vizinhança


Para a ligação da via elevada da Linha 15-Prata do monotrilho com o pátio Oratório, onde ficam os trens, foi reintegrada uma área pública que por muito tempo ficou invadida por um comércio no Jardim Independência. Com os términos das obras no pátio, o espaço que sobrou ao lado dos pilares de sustentação dos trilhos foi transformado em uma nova rua que ligará a avenida Secundino até a avenida Anhaia Mello, beneficiando moradores e motoristas da região. Porém, meses estão se passando e apesar de aparentemente concluída, a via continua interditada.

O problema foi apontado pela Folha em dezembro. Na época, a rua estava se transformando em ponto de despejo clandestino de lixo e entulho. Outra reclamação era a iluminação precária no trecho. O Metrô, responsável pela construção da rua, informou que estava em tratativas com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) para definir os elementos de segurança necessários para abertura ao trânsito. Enquanto isso, reforçou o bloqueio da via com malotões de concreto para impedir a entrada de carroceiros e caçambeiros.

Porém, as barreiras não impedem o acesso a pé e a via serve agora como ponto de venda e uso de entorpecentes. A Folha recebeu fotos de grupos de usuários no local durante o dia e a noite. “Tudo acontece como se fosse uma feira livre de drogas”, comenta Tiago Hauk, que mora nas imediações. “A rua já está há tempos com a pintura das faixas e sinalizações de trânsito. O que falta para permitir a passagem de veículos? Com a liberação do trânsito, acredito que vai inibir um pouco essas pessoas”, completa.
Cobrado novamente pela Folha, o Metrô respondeu que, em entendimento com a Prefeitura, vai concluir até o fim deste mês a implantação do sistema de iluminação da avenida Secundino. Afirmou ainda que haverá nova limpeza no local, a cargo da Subprefeitura de Vila Prudente, e consequentemente a liberação da via para a CET.

O 21º Batalhão de Polícia Militar informou que o comando está ciente de que a via está com grande fluxo e permanência de usuários, além de servir de abrigo para moradores de rua. Foi ressaltado que o policiamento no local é frequente, mas também fica limitado pela interdição da rua. Mesmo assim, o patrulhamento será intensificado. O Batalhão também se comprometeu a reforçar com os órgãos responsáveis a necessidade de liberação da via, além de pedir o auxílio de equipes de saúde pública para atuar com as pessoas presentes no local. (Kátia Leite)

PM confirmou que está ciente da presença assídua de usuários de drogas no local, mas o patrulhamento também fica prejudicado pela interdição da rua.