Terminou no fim de dezembro o prazo para as mais de cem famílias que viviam no imóvel da antiga Padaria Amália deixarem o local. A maioria atendeu a determinação e na manhã desta segunda-feira, dia 7, uma ação da Prefeitura, com amparo da Justiça, retirou as poucas pessoas que ainda estavam abrigadas no prédio. A movimentação do oficial de Justiça, das equipes da administração municipal e da Polícia Militar começou às 7h e no início da tarde, o imóvel já estava vazio e com as portas de acesso emparedadas para evitar novas ocupações (foto acima). Como restavam apenas cinco famílias, a ação foi pacífica, os moradores puderam retirar seus pertences e a Prefeitura fez as mudanças para os locais designados por elas.
O imóvel na esquina das avenidas Vila Ema e Salim Farah Maluf é de propriedade particular e foi ocupado em maio de 2016 por sem-tetos. Mas, o espaço já estava abandonado há vários anos e era alvo de reclamações da vizinhança pela precárias condições antes mesmo da invasão. Também acumula alta dívida com a Prefeitura.
Depois do incêndio e desabamento de um edifício invadido no Largo do Paissandu, região central, no ano passado; a Prefeitura criou um Grupo Permanente de trabalho para vistoriar as ocupações da cidade com o objetivo de evitar novas tragédias. Assim, mesmo sendo particular, a Prefeitura moveu ação para o prédio da antiga Padaria Amália com pedido de tutela de urgência. A Justiça acatou a solicitação do governo municipal, concedeu a liminar para desocupação do prédio e o proprietário foi intimado a realizar as obras necessárias para estabelecer a segurança da edificação.
A Secretaria Municipal de Habitação informou que chegou a cadastrar 150 famílias que viviam no prédio da avenida Vila Ema e os responsáveis passaram a receber auxílio aluguel no valor de R$ 400 mensais por um ano. Foi esclarecido ainda que as famílias podem se inscrever nos programas habitacionais e aguardar atendimento definitivo, respeitando a demanda já existente na cidade.
A reportagem conversou com as últimas famílias que permaneceram no prédio e a queixa foi que nem todas tiveram o auxílio aluguel aprovado. Uma das moradoras removidas nesta segunda-feira alegou que não tinha para onde ir com os cinco filhos e a irmã menor que vive com ela. A Folha pediu esclarecimentos à Secretaria de Habitação de quantas famílias não tiveram o auxílio aprovado e os motivos, mas não obteve retorno.
A Prefeitura informou que cabe ao proprietário impedir que o prédio seja invadido novamente. (Kátia Leite)