Carro-chefe da gestão Doria não foi implantado na região
Desde o início do mandato, o prefeito João Doria (PSDB) tem combatido as pichações na cidade. Além de ações que contaram com ele limpando pessoalmente equipamentos públicos, a principal medida foi a sanção da Lei 56/2005, que prevê multa de 5 mil para quem for pego em flagrante e R$ 10 mil se a pichação for em  patrimônio público ou bem tombado. Os valores podem dobrar em caso de reincidência. No entanto, na região, ainda não foi iniciada a recuperação dos equipamentos e nas Prefeituras Regionais não há previsão para a limpeza de locais vandalizados.

Um dos pontos públicos alvo de vandalismo é o muro do Cemitério São Pedro, na avenida Francisco Falconi, Jardim Avelino. Segundo vizinhos do equipamento, frequentemente há pichadores deixando suas marcas. “Já cheguei a acionar a Polícia Militar, mas quando chegaram os pichadores já haviam ido embora. Se realmente quiserem pegar esses infratores, basta permanecerem durante a madrugada”, comenta um comerciante do local que pediu sigilo do nome. “Esses muros são limpos apenas quando está chegando o Dia de Finados. Logo em seguida os pichadores voltam a agir”, completa.

Outro ponto que também foi alvo de vandalismo é o muro da entrada do Parque de Vila Prudente pela avenida Jacinto Menezes Palhares. Até a placa com o nome e o número do equipamento não foi poupada. Vizinhos contam que o local está assim há anos.

A Prefeitura Regional Vila Prudente informou que não há solicitações de reparos em muros municipais na Coordenadoria de Projetos e Obras, bem como não há notícias de pessoas que tenham sido presas em flagrante na região pela Guarda Civil Metropolitana ou pela Polícia Militar. Foi esclarecido ainda que a autuação ao infrator cabe quando devidamente identificado e que o órgão está focado em vistoriar e constatar possíveis infrações em equipamentos públicos, para as providências cabíveis quanto à limpeza.

A Prefeitura Regional Mooca também informou que nenhuma pessoa foi detida e não esclareceu nada sobre ações de limpeza dos locais pichados.

Edir Sales garante que está focada nas demandas locais

A vereadora Edir Sales (PSD) está iniciando o terceiro mandato na Câmara Municipal, onde foi eleita a segunda vice-presidente da Mesa Diretora e também está na Comissão de Constituição, Justiça e Legislação Participativa, uma das mais importantes da Casa. Sempre atenta às questões da região, ela conta que já acionou os secretários municipais de Educação e Saúde, Alexandre Schneider e Wilson Pollara, sobre as obras atrasadas do Centro de Educação Unificado (CEU) Vila Prudente e da Unidade Básica de Saúde (UBS) Vila Ema. Também garante que já expôs diretamente ao prefeito João Doria (PSDB) a necessidade de rever os traçados de ciclovias implantados em vários bairros locais na gestão passada.

Entre os seus principais projetos de lei pendentes na Câmara que pretende defender neste início de gestão, está o de 2012 que pede a instalação de banheiros químicos em áreas públicas. “Como o prefeito já manifestou bastante interesse nesta questão, acho que vai facilitar o diálogo com a equipe de governo e aqui na Câmara”, comenta Edir. Outra proposta de relevância para a vereadora é a de 2015, que propõe a vacinação em farmácias. “Não é que vai tirar da UBS, mas o problema é que nas unidades de saúde, a vacina demora para chegar e quando chega, acaba logo. Existe uma pesquisa do CRF (Conselho Regional de Farmácia), que eu represento na Câmara, apontando que 60% da população fica sem a vacina e nas clínicas a dose é muito cara, a maioria não consegue pagar. Então, esse projeto visa aumentar a disponibilidade da vacinação. É de um alcance muito grande. Não seria gratuito, só se houvesse a parceria com o Governo, mas de qualquer forma, além de aumentar a acessibilidade da oferta, também será uma concorrência para as clínicas, que pode acarretar preços mais competitivos”, explica.

Durante a entrevista na sede da FolhaVP, a vereadora falou ainda que considera demagogia barata a promessa de vereadores de doar parte do salário. Acompanhe a seguir.

Folha – A senhora já foi deputada duas vezes e agora está no terceiro mandato na Câmara. Acumula bastante experiência sobre o funcionamento dessas Casas parlamentares. Como a Câmara pode enxugar seus gastos e principalmente resolver a questão dos supersalários de funcionários, alguns deles maiores do que o vencimento do próprio prefeito?

Edir SalesNeste ano, nos trabalhos da Mesa Diretora, já estamos buscando formas de resolver o problema desses supersalários, inclusive recorrendo à Justiça. Vamos fazer uma reavaliação de todos esses casos. Também já iniciamos algumas mudanças, os motoristas, por exemplo, tinha dois vales refeição (para o almoço e janta), agora vão passar a ter um só. Também foi reduzida de 96 para 60 a quantidade de guardas civis metropolitanos na Casa – porque quando vão para lá, ganham o salário mais o adicional que acaba sendo maior que o salário e é pago pela Câmara. Nesse início de mandato já ocorreram esses cortes para economia. Também estamos desligando os funcionários acima de 65 anos, que têm a oportunidade de fazer acordo para a demissão voluntária. A expectativa de economia é grande com essas medidas e a nossa meta é devolver R$ 100 milhões para a Prefeitura no final de 2017. No ano passado devolvemos metade disso.

Folha – Outra recente polêmica envolvendo a Câmara foi a votação para o aumento dos próprios salários dos vereadores em mais de 26% no final do ano passado. A senhora fazia parte da Mesa Diretora, participou da discussão de colocar a questão em pauta, mas se ausentou da votação. O caso provocou enorme repercussão negativa na população, tanto que há vereadores prometendo doar a diferença salarial, caso a correção seja liberada pela Justiça. Como a senhora se posiciona nesta questão?
Edir Sales
Ficamos sem reajuste por oito anos, então, na verdade, agora não foi aumento, foi a correção que, mesmo assim, ficou abaixo da inflação. Entendo que por conta do momento, de grave crise econômica no país, virou uma situação bem delicada diante da sociedade e já esperávamos esse desgaste, eu mesma levantei esse problema durante a discussão da questão na Mesa Diretora e tanto que nem votei. Mas, como a próxima correção só poderia ocorrer em quatro anos, a Mesa avaliou e resolveu levar para votação, porque senão seriam 12 anos sem reajuste. É importante deixar isso claro: uma coisa é aumento, outra é a correção da inflação desse período. Agora, acho uma demagogia barata essa nova mania de prometer doar a diferença do salário para instituições, caso o reajuste realmente ocorra. Eu vivo desse salário, não posso sair doando, mas, como vereadora, tenho outras maneiras de ajudar as entidades e de forma muito mais efetiva do que prometer um valor que não vai passar de R$ 2 mil reais por mês. É importante deixar claro que vereadores são eleitos para legislar e fiscalizar o Executivo, mas somos muito procurados para auxiliar na área social. Então, se eu tenho um mandato e a oportunidade de ajudar as pessoas na hora em que elas mais precisam, por que eu negaria esse auxílio e orientação? Enfim, é muito mais do que sair prometendo que vai doar dinheiro. Tenho meu escritório há 17 anos no mesmo lugar da Vila Prudente (rua do Orfanato, 20). Eu mesmo atendo no escritório uma ou duas vezes por semana para evitar o deslocamento até a Câmara. É só agendar. Então, acho mesmo uma hipocrisia essa história de doar o salário.

Folha – Na região estamos enfrentando o atraso e a morosidade em diversas obras públicas, como a construção do CEU Vila Prudente e da UBS Vila Ema, ambas da Prefeitura. Até como parte da função de fiscalizar o Executivo, como a senhora pode ajudar nestas questões?

Edir Sales – Isso é um desperdício de verba inclusive. No caso da UBS, até gravamos um vídeo a última vez que fomos lá (no final do ano passado) porque havia risco de dengue com uma poça de água enorme dentro da obra. Agora está com matagal. Também é um antro para pessoas suspeitas que podem invadir o local, pois à noite fica abandonado. No primeiro mês de mandato, já fiz reuniões com os secretários de Saúde e de Educação para falar sobre essas obras. O Alexandre Schneider (Educação) acha que até a metade do ano está difícil reiniciar a obra do CEU, mas garantiu que fará o máximo possível. Ressaltei que vem causando muito problema na região, por causa dos equipamentos inutilizados dentro do Clube Escola, como o ginásio de esportes, as piscinas, a pista de caminhada, que eram bastante usadas pela comunidade. Depois cortaram a água e a iluminação. Enfim, o objetivo é afastar mesmo o usuário do espaço e falei para ele que isso é um absurdo. Estou sempre atenta para essas questões da região. Tenho uma pessoa no gabinete focada nos prazos para cobrar quando começam a ocorrer os atrasos. Inclusive, no início deste mandato, reiteramos as principais demandas que ficaram pendentes na gestão passada. Já reencaminhamos ofícios para CET, Ilume (Departamento de Iluminação Pública) e outros órgãos cobrando tudo que entendemos que é relevante. Por exemplo, estamos defendendo junto a CET a colocação de vagas de estacionamento a 45º na avenida Jacinto Menezes Palhares e na rua Pinheiros Guimarães.

Folha – Na época da implantação das ciclovias na gestão passada, a senhora trouxe uma equipe da CET na região e percorreu os trajetos com os técnicos e uma comissão de moradores, apontando trechos mal sinalizados e até possíveis falhas de projeto em pontos que geravam perigo tanto para ciclistas como para os motoristas. Com a mudança de gestão, a senhora vai insistir nessa questão?
Edir Sales –
Na primeira reunião em que tive oportunidade de estar com o (prefeito) Doria já discuti essa questão. Disse que na minha região existem algumas ciclovias inoperantes, não têm lógica de existir e nem passam ciclistas. Ressaltei que não sou contra essas faixas, mas precisam ser colocadas em locais apropriados. Obtive o compromisso dele de que a Prefeitura fará um replanejamento das ciclovias.

Sem sinalização, pedestres se arriscam na avenida Vila Ema

Em dezembro do ano passado foi finalizada a obra de drenagem realizada pela Prefeitura na avenida Vila Ema, entre as ruas Maria Fett e Herwis. O trecho, que é bastante movimentado, foi recapeado, mas, desde então, não foi realizada a sinalização viária, o que tem gerado perigo aos motoristas e pedestres que passam pela via.

Segundo o comerciante Antonio Geraldo Bueno, a falta de sincronia entre os órgãos da Prefeitura coloca em risco a vida das pessoas. “Já passaram três meses do término da obra e a sinalização ainda não foi feita pela CET. Esse trabalho deveria ter sido executado logo em seguida que a obra foi concluída. Enquanto não fazem nada os motoristas e pedestres são obrigados a se arriscarem, principalmente os mais idosos”, afirmou Bueno.

Outro comerciante que também está preocupado com a falta de sinalização é Roberto Sanches. “Todos os dias vejo as pessoas atravessarem correndo entre os carros e ônibus. A faixa de separação de pista e de pedestre precisam serem pintadas com urgência antes que ocorra algum acidente grave”, comentou.

A FolhaVP entrou em contato com a Companhia de Engenharia de Tráfego e questionou o motivo da via ainda não ter sido sinalizada e qual é a previsão para a realização do serviço, mas o órgão não se manifestou até o fechamento da edição.

Prefeitura Regional vai pagar a conta da limpeza do piscinão

Na inauguração do Piscinão Guamiranga, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou que o Estado construiu o reservatório, com investimento de R$ 160 milhões, e que a operação ficará a cargo da Prefeitura. Alckmin frisou ainda que a manutenção não tem custo baixo. “A cada tempestade é necessário limpar o piscinão. A água volta para o rio, mas com essa água vieram pneus, armários e todo tipo de sujeira, que precisam ser retirados junto com a lama que fica acumulada”, explicou o governador.

Por estar oficialmente na área do distrito de Vila Prudente, a limpeza do piscinão compete à Prefeitura Regional de Vila Prudente (PR-VP) que, por conta da transição na Prefeitura ou porque foi pega de surpresa com a notícia do governador, até o momento não tem equipes contratadas para o serviço. Conforme a FolhaVP apurou, não há sequer verba destinada para a manutenção do piscinão no orçamento definido no ano passado.

Questionada pela reportagem da FolhaVP logo após a inauguração do reservatório, a PR-VP explicou que enquanto a contratação não estiver formalizada, contará com o apoio da Secretaria Municipal das Prefeituras Regionais. Na ocasião, também foi informado que “o levantamento dos custos já está em andamento”.

Nesta semana, a FolhaVP voltou a indagar a Prefeitura Regional que não informou se já sabe quanto custará a operação do piscinão. Em nota encaminhada ao jornal, foi reafirmado que será responsável pela execução da manutenção e que o “piscinão atuou plenamente na sexta-feira, dia 24, reservando toda água com as comportas e seis bombas funcionando”. Cita ainda que “evitou que o rio Tamanduateí (margem esquerda) saísse da calha, paralisando a avenida do Estado”. (Kátia Leite)

Frustação com piscinão após mais um violento alagamento

Foram mais de quatro anos aguardando o término da construção do Piscinão Guamiranga, ao lado do rio Tamanduateí, entre a avenida Dr. Francisco Mesquita, rua Patriarca, viaduto Grande São Paulo e o início da rua Guamiranga. Inaugurado em 1º de fevereiro passado, com as presenças do governador Geraldo Alckmin e do prefeito João Doria, ambos do PSDB, o maior reservatório do Estado teve a sua grande prova na Vila Prudente no final da tarde da sexta-feira, dia 24, quando 72 mm de chuva desabaram impiedosamente sobre a região em menos de duas horas – o bairro só perdeu em índice pluviométrico para o vizinho Ipiranga, que registrou 77 mm.  A grande esperança dos moradores e trabalhadores de Vila Prudente era que o recém entregue piscinão conseguisse ao menos amenizar as cenas de pânico e sofrimento de temporais passados, porém, não foi o que aconteceu.

Com poucos minutos de chuva forte, a água começou a invadir diversas ruas do bairro. Na avenida Anhaia Mello a correnteza formada foi uma das mais violentas da história, segundo a comparação de pessoas que estão acostumadas a lidar com o velho problema. Moradores e comerciantes que voltaram a ter prejuízos por conta da enchente eram a própria imagem da frustração com o piscinão do Governo do Estado.

“Achávamos que a construção deste reservatório diminuiria bastante o impacto das cheias nesta região, mas aconteceu o contrário. A força da água foi ainda mais forte do que no passado. Tenho comporta no portão da minha casa, mas ela não resistiu. A água invadiu todos os cômodos e precisei correr para salvar os móveis e eletrodomésticos”, conta Paulo César, que reside há 46 anos na rua Santo Emídio, quase na esquina com a rua Amparo.

O proprietário da loja de automóvel na esquina da rua Maria Daffré com a avenida Anhaia Mello também teve prejuízos. “Estou neste ponto desde 2002 e a enchente da sexta-feira foi uma das piores que já enfrentei. A água invadiu a loja e atingiu cinco carros. Gastarei cerca de R$ 5 mil para deixá-los em ordem. Tinha esperança que esse piscinão ajudaria a minimizar o problema, mas parece que o dinheiro investido foi à toa”, comentou o comerciante Francisco Francelino.

Motoristas travados no imenso congestionamento formado no bairro também não pouparam críticas. “A Vila Prudente abriga o maior piscinão do Estado, mas, como estamos vendo, não serve para conter as cheias do próprio bairro. Estou curioso para saber como o governador vai conseguir explicar, se é que existe explicação para tamanho absurdo!”, reclamava o morador do Parque São Lucas, Thiago de Morais, que estava parado há duas horas no trânsito da rua Cavour.

Mesmo depois que a água baixou, a situação continuou perigosa para motoristas. Na descida do viaduto da avenida Anhaia Mello, na altura da avenida Salim Farah Maluf, a força da água deslocou os malotões de concreto que delimitam as pistas de rolamento da ciclovia no canteiro central. Quem descia o viaduto, se deparava com menos de uma faixa para passagem de veículos. Apesar do risco, a situação permaneceu assim até o final da manhã da segunda-feira, dia 27. (Gerson Rodrigues / Kátia Leite)

A força da água deslocou os malotões de concreto que delimitam as pistas de rolamento da ciclovia no canteiro central da avenida Anhaia Mello

 

Prefeitura Regional intensifica a limpeza

As equipes de zeladoria da Prefeitura Regional de Vila Prudente tiveram muito trabalho depois da cheia. Segundo a assessoria de imprensa da unidade, na própria sexta-feira, dia 24, várias vias começaram a receber serviços de manutenção, como limpeza e desobstrução de bocas de lobo, bueiros e galerias que acumularam muita sujeira após o alagamento. Também houve remoção de entulhos arrastados pela água e várias ruas foram lavadas.  Outro serviço bastante exigido foi o de tapa-buracos. Na quarta-feira, dia 1º de março, equipes ainda refaziam o asfalto em vários trechos da avenida Anhaia Mello que chegaram a ter placas de concreto arrancadas tamanha a correnteza que tomou conta do principal corredor viário do bairro.

A Prefeitura Regional informou que 51 homens trabalharam na operação pós-chuva. Foram utilizados quatro caminhões pipas; quatro basculantes e mais dez veículos com diferentes finalidades.

Protesto termina em confronto com a PM
Manifestantes depredaram quatro ônibus na noite de quarta-feira, dia 1º (Imagem: Reprodução TV Globo)

 

Quem passou pelas proximidades da Favela de Vila Prudente na noite da última quarta-feira, dia 1º, viveu momentos de pânico. Com os ânimos bastantes exaltados porque uma menina de seis anos foi baleada após a incursão de policiais militares na comunidade, alguns moradores iniciaram uma manifestação que acabou com ônibus depredados e confronto com a Polícia Militar.

Os manifestantes atearam fogo em caçambas de lixo e, com barricadas, bloquearam o tráfego na rua Dianópolis e na avenida Anhaia Mello. Muitos motoristas que passavam pelo local se assustaram e fugiram pela contramão, de marcha ré e sobre calçadas. Com a chegada da PM, o cenário virou de guerra. Enquanto moradores jogavam pedras e garrafas, os policiais revidavam com bombas de efeito moral para dispensar os envolvidos. Foram cerca de cinco horas de confronto. A situação só foi normalizada por volta das 23h30.

De acordo com o boletim de ocorrência registrado no 56º Distrito Policial – Vila Alpina, policiais militares da Ronda Ostensiva Com Apoio de Motocicletas (ROCAM) da 4ª Companhia do 21º Batalhão realizavam patrulhamento pela rua Dianópolis quando suspeitaram da atitude de dois indivíduos que correram para o interior da favela. Consta no documento que os policiais entraram em uma das vielas da comunidade e foram recebidos a tiros. Nesse instante, uma menina de seis anos que brincava no local foi atingida no ombro por um dos disparos.

Em depoimento à Polícia Civil, os policiais da Rocam afirmaram não terem revidado e solicitaram exame pericial para constatar a ausência de pólvora em suas mãos. Segundo a delegada titular do 56º DP, Silvana Santieri Françolin, um inquérito foi instaurado para apurar de onde partiu o disparo que atingiu a criança.

A reportagem da FolhaVP conversou com o subcomandante do 21º Batalhão, Miguel Daffara, que deu a mesma versão do boletim de ocorrência. Segundo ele, os policiais ainda tentaram socorrer a criança, mas moradores da comunidade começaram a arremessar objetos contra eles e tentaram agredi-los. O major contou ainda que os policiais solicitaram apoio e entregaram a menina feriada à avó, que correu com a garota para a avenida Anhaia Mello e foi ajudada por um motorista que passava pelas imediações.

A criança foi levada ao pronto socorro do hospital municipal Ignácio Proença de Gouveia, antigo João XXIII, na Mooca, e segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o projétil não atingiu algum órgão, mas ficou alojado em um músculo do ombro. Durante a madrugada, a garota foi transferida ao hospital municipal do Tatuapé, onde passou por limpeza cirúrgica e retornou à unidade da Mooca com a bala ainda alojada. Na manhã de ontem, precisou voltar ao hospital do Tatuapé e passou por novo procedimento de limpeza. Questionada na tarde de ontem sobre a cirurgia, a Secretaria informou que ela estava com quadro estável e regular e, por enquanto, não havia previsão para a remoção do projétil. Indagada sobre uma possível falta de vagas, o órgão negou e explicou que “o procedimento ainda não ocorreu devido aos médicos estarem aguardando o melhor momento para a realização da cirurgia”.

Durante o confronto, que precisou do apoio da Tropa de Choque da PM para auxiliar na dispersão dos manifestantes, quatro ônibus foram totalmente depredados, um caminhão dos Correios foi saqueado e três pessoas – uma mulher e dois menores – foram detidas por arremessarem objetos contra os policiais, mas acabaram liberados durante a madrugada.

Um morador da favela ouvido pela FolhaVP, mas que pediu para não ser identificado, conta que ficou assustado com a dimensão do protesto. “Escutei a gritaria e percebi que algo estava errado. Minha filha chegou em casa chocada e disse que tinha passado perto de uma criança ferida. Fechei todas as portas e mantive minha família trancada. Depois de um tempo começaram as bombas de efeito moral. O cheiro invadiu minha casa e quase ficamos sem ar para respirar. Foi horrível. Moro há muitos anos na comunidade, onde tenho muitos amigos, mas não concordo com a atitude de alguns que acabam queimando a nossa imagem. Não era preciso um ato com tamanha violência”, relatou o morador. (Gerson Rodrigues)

Reunião na CET discute passagem sobre ramal de trem

Há quase 20 anos se debate a possibilidade de ligar as avenida Henry Ford e avenida Anhaia Mello, em Vila Prudente, com o objetivo de desafogar o trânsito, principalmente nas ruas Capitão Pacheco e Chaves e Dianópolis, beneficiando muitos motoristas que perdem valioso tempo em congestionamentos nos horários de pico. As duas vias são separadas por um ramal ferroviário que atualmente recebe uma ou duas composições de carga por dia, permanecendo ocioso por várias horas.

Na tarde de ontem, dia 2, aconteceu mais um reunião para discutir a questão. Desta vez, o encontro foi na sede da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e contou com a presença do prefeito regional de Vila Prudente, Jorge Farid, que foi acompanhado dos coordenadores de Obras e de Planejamento e Desenvolvimento Urbano, Arnaldo Ueda e Paulo De Lucca Souza, respectivamente; além do presidente do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) Vila Prudente, Renato Chiantelli, que também estava representando o Círculo de Trabalhadores Cristãos. Eles foram recebidos pelo diretor de planejamento da CET, Sebastião Ricardo Martins e pelo assessor da presidência do órgão, Eduardo Macapelli.

De acordo com os representantes da CET, a solicitação proposta é pertinente e, após nova análise realizada recentemente, constatou-se a viabilidade técnica. Mas, conforme foi explicado, o órgão de trânsito não realiza obra e, portanto, o projeto será encaminhado à São Paulo Urbanismo para analisar a possibilidade de incluir a demanda na Operação Urbana Consorciada Bairros do Tamanduateí.

Risotto em evidência

Há alguns anos, muita gente chamava de risotto aquele arroz de forno feito com os grãos já cozidos (normalmente sobras) e montado em camadas com molho, frios, ervilha e outros ingredientes.
O risotto original, atualmente alçado ao patamar da alta gastronomia como entrada ou prato principal, deve ser preparado com tipos de arrozes especiais, normalmente os italianos arbóreo ou carnaroli, facilmente encontrados nos supermercados.
A consistência cremosa do risotto é proveniente da liberação do amido dos grãos e da forma de cozimento, que deve ser lenta e acrescida de caldo de legumes aos poucos, sempre misturando os ingredientes com movimentos da colher em formato de “oito”.

Partindo sempre da mesma base de preparo (vide receita abaixo), os risottos podem ter uma grande variedade de sabores. Os mais tradicionais são o alla milanese (com açafrão), ao funghi (cogumelos secos), de gorgonzola com pêra e de frutos do mar.

Confira esta deliciosa combinação de tomates secos com rúcula:

Ingredientes:

2 xícaras de arroz arbóreo ou carnaroli;
1,5 litros de caldo de legumes (natural ou de tablete);
01 cebola média picada;
02 dentes de alho picados;
200 grs. de tomate seco picados grosseiramente;
150 grs. de queijo muçarela em cubos;
02 colheres de sopa de manteiga;
200 ml de vinho branco seco;
01 maço de rúcula;
50 grs. de queijo parmesão ralado grosso;
sal e pimenta do reino a gosto.

Preparo:

A base do risotto é praticamente sempre a mesma. Numa panela grande e em fogo médio, derreta metade da manteiga, refogue a cebola e o alho e acrescente o arroz. Misture por 2 minutos e regue com o vinho branco. Sinta o perfume no ar!
Partindo deste ponto, use sua imaginação e crie suas receitas preferidas. Mas voltando ao nosso preparo, assim que o vinho evaporar, vá acrescentando o caldo de legumes quente aos poucos. É importante misturar devagar e continuamente, assim o risotto ficará mais cremoso. Em média, o arroz deve cozinhar por 16 minutos. Portanto quando faltar uns 3 minutos para a finalização, acrescente os tomates secos e os cubos de muçarela, continue misturando. Os grãos devem ficar com textura firme e translúcidos, portanto não deixe cozinhar demais.
Mas se ainda estiverem muito duros, vá acrescentando mais caldo até chegar no ponto “al dente”.
Acrescente a rúcula picada, a manteiga, sal e pimenta a gosto. Dê uma última misturada, desligue o fogo e deixe na panela tampada por mais um minuto.
Disponha diretamente no prato individual, polvilhe o parmesão e não se esqueça de decorar com um ramo de alecrim ou salsinha.
Bom apetite!

Receita cedida pela Dopo Lavoro Cantina Italiana
www.dopolavorosite.wordpress.com

Confira a classificação das escolas de samba da região

Depois de bater na trave no ano passado e terminar como vice-campeã, o Grêmio Recreativo Escola de Samba Acadêmicos do Tatuapé conquistou o seu primeiro título no Grupo Especial do Carnaval paulistano. A vitória pôde ser comemorada apenas na última nota e através do critério de desempate: a agremiação somou a mesma pontuação da Dragões da Real, 269,7 pontos, porém teve melhor desempenho no quesito samba-enredo.

A Acadêmicos do Tatuapé levou para a avenida a homenagem à Mãe África, abordando o Zimbábue. Na elite desde 2013, a escola foi a quarta a entrar na passarela do Sambódromo do Anhembi na madrugada de sábado, 25, com 3,2 mil componentes, 26 alas e cinco carros alegóricos.

Bastante emocionado, o presidente Eduardo Santos agradeceu os integrantes pelo empenho na conquista. “Nós viemos aqui e mostramos para esse povo o que é a festa africana. O continente que mais sofre no mundo, mas que sabe fazer festa”, disse. “Agora fazemos parte da história do carnaval de São Paulo”, completou.

Outras agremiações

A Mocidade Unidade da Mooca, que desfilou no Sambódromo pelo Grupo I na segunda-feira, dia 27, com o enredo “Sob o céu de lona, um chão de estrelas”, ficou na segunda posição, com 268,8 pontos, mas não conseguiu vaga no Acesso, pois apenas a campeã sobe de categoria. A primeira colocada foi a Barroca Zona Zul, que somou 269,4 pontos.

Ainda pelo Grupo I, a Uirapuru da Mooca ficou na 7ª posição (266,8) e a Combinados de Sapopemba na 9ª colocação (265,6).

Pelo Grupo II, a Unidos de São Lucas terminou na 4ª colocação (268,0). No Grupo III, a Dragões de Vila Alpina ficou na 9ª posição (178,0 pontos).

Alckmin admite que Anhaia Mello precisa de mais piscinões
Governador Geraldo Alckmin na inauguração do Piscinão Guamiranga no dia 1º de fevereiro

 

Inaugurado há um mês, com a pompa de ser o maior reservatório contra enchentes do Estado, o Piscinão Guamiranga se mostrou bastante ineficiente para minimizar as cheias na Vila Prudente, apesar de estar localizado no bairro e o custo da sua manutenção rotineira e limpeza pós-chuva ser de responsabilidade da Prefeitura Regional de Vila Prudente. Na sexta-feira, dia 24, a região enfrentou uma das piores enchentes de sua história. Em um dos pontos mais críticos, na avenida Anhaia Mello, carros foram arrastados e os bombeiros precisaram fazer resgates com botes. A violência da correnteza chegou a derrubar comportas protetoras de empresas que acabaram tomadas pela água.

Na ocasião da inauguração, em 1º de fevereiro, a FolhaVP adiantou na matéria publicada que “apesar da capacidade recorde em São Paulo do Piscinão Guamiranga, o equipamento não deve resolver as cheias ao longo de todo o trecho da avenida Anhaia Mello na Vila Prudente, onde está canalizado o córrego da Mooca”. Em um vídeo postado em suas redes sociais, gravado ontem no reservatório, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) admitiu que a Anhaia Mello precisa de mais dois piscinões.

No entanto, na solenidade de entrega do Piscinão Guamiranga, Alckmin afirmou durante a coletiva de imprensa que o reservatório“vai ajudar muito a Vila Prudente que já foi bastante castigada pelas cheias”. Questionado na ocasião pela reportagem da FolhaVP sobre a promessa do Estado de construir outro piscinão na Anhaia Mello em área já cedida há anos pela Prefeitura, sob o campo de futebol do Clube Escola Vila Alpina, Alckmin não soube dar informações do projeto. Coube à assessoria de imprensa do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) fornecer as explicações à Folha após a inauguração. Em nota encaminhada ao jornal foi ressaltado que esse novo piscinão está inserido no Plano de Macrodrenagem da Região Metropolitana de São Paulo e estudos indicam que deverá ocupar área de 16 mil m² e acumular até 135 mil metros cúbicos. Mas, não foi informada a previsão de início da obra.

No vídeo postado nas redes sociais, o governador afirma, que durante a tempestade da sexta-feira, o piscinão “funcionou totalmente com as seis bombas e evitou que tivéssemos problemas ainda mais graves com as enchentes”. Já em outro vídeo mais longo, publicado na página do Facebook do prefeito regional de Vila Prudente, Jorge Farid, Alckmin admite que o reservatório auxiliou mais as regiões vizinhas do que o bairro onde foi construído. “O piscinão evitou que o rio Tamanduateí, aqui na margem esquerda, saísse da calha paralisando a avenida do Estado. Também ajudou que os córregos na Mooca, Aclimação, Anhangabaú, Moinho Velho pudessem entrar melhor (no rio) e evitar também enchente no Mercadão. Agora, aqui do lado da avenida Anhaia Mello é preciso fazer dois piscinões”.

Além do piscinão no Clube Escola Vila Alpina, o outro reservatório prometido pelo governador é na altura do número 6.900 da Anhaia Mello, região do São Lucas, onde há uma grande praça pública nas proximidades do 70º Distrito Policial. O DAEE também não informou o prazo de início das obras.  (Kátia Leite)

Rua Américo Vespucci com a avenida Anhaia Mello no final da tarde da última sexta-feira, dia 25