Doria demite secretário-adjunto Fabio Lepique

No final da semana passada, o prefeito João Doria demitiu o secretário-adjunto das Prefeituras Regionais, Fabio Lepique, que até então era o braço forte do vice-prefeito Bruno Covas. Todos são do quadro do PSDB. Na última quarta-feira, dia 1º, em coletiva na sede da Prefeitura, Doria também anunciou a saída de Covas da Secretaria das Prefeituras Regionais para assumir a nova Secretaria da Casa Civil.

Uma das causas apontadas para a demissão do secretário-adjunto são as críticas relacionadas à zeladoria da cidade, área que passou a ser responsabilidade direta de Lepique com as ausências de Doria e Covas. O vice-prefeito voltou na semana passada de uma viagem de 11 dias à França e Doria estava em Maceió no dia que estourou a notícia da demissão de Lepique.

Recente pesquisa feita pelo Datafolha, mostrou queda de nove pontos na aprovação do governo Doria por insatisfação dos munícipes com os serviços de zeladoria, além das constantes viagens do prefeito.

Outro ponto que pode ter pesado para a queda de Lepique seriam os atritos que ele teve com secretários de confiança de Doria.

Em um vídeo postado em rede social, Lepique tentou passar naturalidade e até brincou com a demissão, mas deixou claro que a saída da Prefeitura foi contra a sua vontade. Ele agradeceu o vice Bruno Covas e fez várias referências honrosas ao governador Geraldo Alckmin – com quem Doria também já criou mal estar por conta da eleição presidencial em 2018.

Lepique ressaltou os avanços que conseguiu na Secretaria ao longo de quase um ano de trabalho e avisou que o ano que vem deve ser muito melhor por conta da questão orçamentária e porque conseguiram liberar as atas dos registros de preços dos serviços de zeladoria que estavam no Tribunal de Contas do município. Ainda de acordo com ele, no fim de 2017 será entregue o novo sistema de gestão de vários serviços de zeladoria monitorados em tempo real através de equipes com chips. Por fim, Lepique mencionou que o prefeito ofereceu para ele continuar em outra função no governo municipal, mas ele declinou.

Lepique é morador da Mooca e participou ativamente da escolha dos prefeitos regionais desde o final do ano passado. Resta saber se a sua saída pode afetar as Prefeituras Regionais Mooca e Vila Prudente, nesta última o novo regional, Guilherme Brito, está há apenas dois meses no cargo e é amigo de longa data do ex-secretário.

Usuários desaprovam novo terminal na Anhaia Mello

Há alguns dias, a Folha publicou matéria sobre a passarela e os terminais de ônibus (Sul, Norte e Central) que estão sendo instalados na avenida Anhaia Mello, próximos às estações Vila Prudente do metrô e do monotrilho. De acordo com a Companhia do Metropolitano de São Paulo – Metrô, responsável pelas obras, dos três terminais previstos, o Norte, na rua Trocari, já está finalizado e atendendo a linha de trólebus. No entanto, usuários passaram a criticar a falta de estrutura do espaço após ficarem sabendo que o Metrô considera que a obra está pronta. As principais queixas são referentes à ausência de banheiros em um local onde sobra área livre.
Para o leitor e vice-presidente do grupo defesa do trólebus, Fabio Klein, o que foi construído não pode ser chamado de terminal. “O local onde ficam os trólebus é um puxadinho que nem possui banheiros. Isso não pode ser considerado um terminal, mas sim apenas um ponto maior que os outros”, declarou.
Quem também se queixa da ausência de sanitários é a manicure Rosana de Assis, que utiliza a parada quase todos os dias. “Há alguns dias precisei usar o banheiro e fui obrigada a pedir para um funcionário da lanchonete na esquina da rua Ibitirama com a rua Cavour deixar eu usar o sanitário do estabelecimento. Não entendo esse terminal ser tão grande e não possuir um banheiro. Parece que teve muito desperdício de concreto nesta obra”, relatou.
Para o blogueiro da área de mobilidade urbana, Eduardo Paulino da Silva, a estrutura do terminal Norte ficou muito grande. “A área com cobertura ficou enorme e vemos que está sempre vazia. Será que este terminal irá receber outras linhas, além dos trólebus?”, questiona Silva.
O leitor Paulo Santos também critica os terminais. “É claro que foram mal planejados e são arquitetonicamente horríveis”, comenta.

Motoristas de coletivos também criticam

Há quase um mês operando no terminal recém-construído, motoristas dos trólebus também se queixam. “Construíram um espaço tão grande sem necessidade. Há apenas um ponto de ônibus nesta estrutura toda. Pelo jeito desperdiçaram dinheiro e uma das principais necessidades não foram atendidas, que é a de ter sanitários, tanto para os passageiros, como para nós motoristas. Venho do Parque do Dom Pedro II e quando chego, para ir ao banheiro, preciso caminhar até um imóvel alugado para os motoristas na avenida Paes de Barros”, reclamou um condutor que trabalha desde 1986 na linha de Parque Dom Pedro II / Terminal Vila Prudente. “No terminal antigo havia uma lanchonete, um refeitório, sanitários e até guarda volumes. Mas agora fizeram apenas essa imensa cobertura sem utilidades”, concluiu.

Metrô se manifesta

Questionado, o Metrô confirmou que o terminal Norte não terá sanitários. De acordo com a resposta enviada ao jornal, o projeto dos terminais de ônibus prevê sanitários públicos, inclusive para portadores de necessidades especiais, somente nas áreas Central (no canteiro da Anhaia Mello) e Sul (na praça Gioia Junior). Foi ressaltado que os três terminais contam com itens de acessibilidade e segurança, como piso tátil, rampas de acesso, hidrantes e extintores de incêndio.
A Folha recebeu questionamentos de leitores referente à utilização da passarela em construção sobre a pista sentido bairro da avenida Anhaia Mello. A dúvida era se a passagem seria exclusiva de usuários de transportes públicos ou seria livre também para pedestres. O Metrô esclareceu que a passarela poderá ser utilizada como meio de acesso de transeuntes ao outro lado da via, por usuários da Linha 2-Verde do metrô, da Linha 15-Prata do monotrilho e para acesso aos ônibus dos terminais.
A Companhia esclareceu ainda que o projeto executivo e a obra levaram em consideração a possibilidade de enchentes na região, de forma que as instalações e usuários não sejam afetados.