Devido às diversas melhorias recebidas ao longo dos últimos anos, o Centro Esportivo, Recreativo e Educativo do Trabalhador (CERET), localizado no Anália Franco, passou a ser considerado um dos principais espaços públicos de lazer e prática esportiva da zona leste da cidade. No entanto, há menos de um mês, a Prefeitura começou a realizar uma série de mudanças que desagradaram os usuários. Alegando corte de gastos no orçamento, a Secretaria Municipal de Esportes reduziu o número de vigilantes, diminuiu o horário de funcionamento, retirou seguranças do estacionamento da rua Eleonora Cintra e estuda a possibilidade de conceder a gestão da área para a iniciativa privada.
Segundo o ex-diretor do CERET e hoje um dos principais membros do conselho de usuários, Mohamed Mourad, a mudança mais impactante foi a redução do número de seguranças que atuavam no local. “Antes das alterações haviam 17 homens de dia e 11 à noite. Agora há apenas 10 durante o dia e cinco no período noturno. São 13 vigias a menos. Esse corte influencia muito na segurança do equipamento e dos frequentadores”, afirmou Mourad, que em maio deste ano pediu exoneração do cargo de diretor que ocupou por mais de quatro anos. “Senti que era o momento de deixar a função. O que eu precisava ter feito eu consegui. Com ajuda de algumas pessoas conseguimos levantar e dar nova vida a este clube, o qual frequento desde a década de 70. Saí da diretoria, mas nunca vou deixar de participar das discussões sobre a unidade”, completou.
A redução do horário de funcionamento, que na gestão de Mourad era das 5 da manhã à meia noite, e agora é das 6 às 22h, também causou revolta nos frequentadores. “Costumava correr no parque antes das 6h, para depois conseguir ir trabalhar a tempo. Agora fui obrigado a voltar correr na rua”, contou o torneiro mecânico Bruno de Assis, que mora na Vila Diva e entra no trabalho às 7h em Itaquera.
Outra decisão polêmica tomada pela Prefeitura foi em relação ao estacionamento da rua Eleonora Cintra, que chegou a ser fechado no último dia 3, mas foi reaberto no dia seguinte. Antes das mudanças, o local funcionava no mesmo horário do parque e contava com seguranças. Agora o espaço fica aberto apenas das 7 às 18h e não conta mais com vigilantes. O terreno onde funciona o estacionamento é da Prefeitura Regional Aricanduva.
Secretaria se manifesta
Após ser questionada pela reportagem da Folha, a Secretaria Municipal de Esportes informou que, devido à premissa estabelecida pela atual gestão, o corte e remanejamento de gastos é uma abordagem aplicada por todos os setores da Prefeitura, e, a fim de oferecer mais segurança aos frequentadores, foi restringido o número de entradas e funcionários foram redirecionados.
Quanto à segurança, o órgão confirmou que atualmente o centro esportivo funciona com 15 funcionários terceirizados, sendo que 10 atuam no período da manhã e cinco à noite. Além disso, foi ressaltada a parceria com a Guarda Civil Metropolitana, que implantará no espaço o projeto City Câmeras, cujos equipamentos ficam interligados com o sistema de segurança municipal.
Sobre a mudança no horário foi informado que a atual determinação dará maior viabilidade ao funcionamento do espaço, visando maior segurança dos visitantes.