Semanas atrás, o muro do cemitério São Pedro despencou sobre parte do estacionamento do hospital estadual de Vila Alpina. O agravante é que a parede servia de sustentação para um dos ossários da necrópole e, com isso, restos mortais que estavam depositados no local também ficaram expostos na área da unidade hospitalar. Por sorte ninguém passava pelo local no momento do acidente.
De acordo com documentos obtidos com exclusividade pela reportagem da Folha, o problema estrutural do muro é antigo. Em novembro de 2015 já havia sido reportado pela superintendência do hospital ao Serviço Funerário do Município. No ofício constava a avaliação das condições do muro, quando foram encontrados trechos com ruptura e elementos estruturais soltos devido à movimentação de árvores no terreno do cemitério. No documento estava relatada ainda a preocupação do hospital com uma possível exposição do conteúdo das gavetas do ossário caso a parede viesse a ceder – o que de fato aconteceu no último dia 26.
Em resposta ao hospital no final de 2015, o Serviço Funerário informou que os reparos no muro e no ossário só poderiam acontecer após a remoção de duas árvores que estavam prensadas entre as gavetas e a parede. Foi ressaltado que um e-mail havia sido encaminhado ao setor de áreas verdes para conhecimento e providências, o que não foi realizado na época.
Nesta semana, após ser questionado, o Serviço Funerário confirmou novamente que o motivo do desabamento foi o crescimento das raízes das árvores existentes no local e que os reparos, como a contenção da parede, já foram iniciados para que o ossário não ficasse comprometido. Foi salientado que está sendo feito o levantamento dos custos para reconstrução do trecho danificado e, em seguida, as obras serão iniciadas e devem ser concluídas até o final de março. Não foi explicado quais providências serão adotadas em relação às árvores e nem se as famílias envolvidas foram notificadas sobre o problema no ossário.
Também ciente da situação, a vereadora Edir Sales (PSD) informou à Folha que encaminhou ofício ao Serviço Funerário Municipal no dia 16 deste mês ratificando a preocupação da direção do hospital com a situação e cobrando as providências necessárias.