Há quase 20 anos se discute a possibilidade de ligar as avenidas Henry Ford e Anhaia Mello, em Vila Prudente, com o objetivo de desafogar o trânsito, principalmente nas ruas Pacheco e Chaves e Dianópolis, beneficiando muitos motoristas que perdem valioso tempo em congestionamentos nos horários de pico. As duas vias são separadas por um ramal ferroviário que atualmente recebe uma ou duas composições de carga por dia, permanecendo ocioso por várias horas. O grande desafio é obter autorização para implantar um sistema que possibilite a transposição rodoviária com segurança.
Para tratar mais uma vez da questão aconteceu reunião na manhã da quarta-feira, dia 5, na sede da MRS Logística S/A, concessionária do ramal. Além do gerente de relações institucionais da MRS, José Roberto Lourenço, participaram também os diretores das duas principais empresas da região que utilizam o ramal: João Luciano Granado, da Ferrolene S/A, e José Fernandes, da Fercoi S/A, entre outros representantes das empresas. Granado e Fernandes deixaram claro ao gerente da MRS que não se opõem a passagem de veículos pelo trecho e estão dispostos a discutir as medidas necessárias para a implantação da passagem de nível.
O presidente da Folha e do Círculo de Vila Prudente, Newton Zadra, que há quase duas décadas vem procurando diversas autoridades para viabilizar a passagem, ressaltou que o objetivo não é atrapalhar o transporte sobre trilhos, mas encontrar uma forma da avenida Henry Ford não ficar isolada. “O bairro cresceu e teve mudanças sociais, consequentemente aumentou o trânsito. Seria uma excelente opção para quem vai no sentido de São Caetano e de Santo André, tirando esse fluxo da Vila Prudente”, explicou Zadra. “Pena que estamos há tanto tempo batalhando por isso e não vemos o assunto progredir”.
O gerente da MRS explicou que a concessionária não tem autorização para tomar uma decisão desse porte. “É uma situação de conflito de segurança entre o trem e a comunidade. Vamos precisar saber exatamente o volume de tráfego ferroviário e ter um estudo sobre a tendência do tráfego de veículos que passariam a utilizar o trecho. Quando tiverem esses dados em mãos, me comprometo a agendar uma reunião na ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), que pode dar a palavra final sobre a questão”, ressaltou Lourenço. Ele explicou ainda que o custo da implantação de portão ou cancela eletrônica terá que ser arcado pelo grupo que defende a abertura da via, bem como a manutenção permanente dos equipamentos de segurança.