Familiares de usuários e frequentadores do Centro de Convivência e Cooperativa (Cecco) Mooca, no complexo que abriga a Subprefeitura Mooca e outros equipamentos municipais na rua Taquari, 549, estão preocupados e indignados com a situação estrutural do prédio da unidade. De acordo com eles, o imóvel não recebe manutenção há bastante tempo e acumula problemas. Os usuários elaboraram detalhado documento sobre a questão e encaminharam no início do ano à Secretaria Municipal de Saúde, responsável pelo serviço, mas nenhuma providência foi tomada.
A reportagem da Folha teve acesso ao relatório enviado à Secretaria, onde consta extensa lista de reivindicações, como melhorias no telhado e nas telhas, que estão quebradas e ocasionando infiltrações no teto; troca do estuque de um dos banheiros, que cedeu parcialmente; troca de mobílias inadequadas e em estado precário, entre outras solicitações.
“Fico com medo de atravessar o salão para ir até o banheiro e o estuque cair na minha cabeça. Sem contar os baldes espalhados pelo salão por causa de goteiras. Tenho que ter atenção para desviar deles, senão posso cair”, relata Amaro, 82 anos, que é deficiente visual e usuário das oficinas do Cecco há 15 anos. “É triste constatar que esse lugar é o espaço que tenho como lazer e não consigo frequentar com tranquilidade”, completa.
Quem também se queixa da situação da unidade é o usuário Carlos, 40 anos. “Um sério problema é o desabamento do teto do banheiro feminino que precisou ser interditado, reduzindo o número de banheiros para os usuários e funcionários. Também acabo tendo problema respiratório por causa do cheiro de mofo muito forte”, conta.
O Cecco tem o objetivo de promover a convivência e reinserção social de pessoas com transtornos mentais, deficientes físicos, idosos, crianças e adolescentes em situação de risco social e pessoal. As ações ocorrem por meio de atividades diversificadas, como oficinas de artes, música, esporte, dança, marcenaria e costura, entre outras.
A Secretaria Municipal de Saúde informou que os recursos para a reforma do telhado da unidade foram liberados e encerrados os trâmites administrativos, a obra será iniciada. No entanto, o órgão não deu uma previsão para o início dos trabalhos.
Na Vila Prudente, a preocupação é com a “sobrevivência” do Cecco
Os 300 usuários do Cecco Vila Prudente temem a desativação do serviço. O prédio onde a unidade funciona fica no Clube Escola Vila Alpina e em breve, será demolido para as obras de construção do CEU Vila Prudente. “Na visita do prefeito, em janeiro deste ano, foi garantido que passaríamos para o prédio da antiga administração do Clube Escola, que será reformado, mas não temos tanta certeza”, relatou usuário que preferiu manter seu nome em sigilo.
Questionada, a Secretaria Municipal de Saúde informou que a unidade será transferida para outro local no próprio complexo do CEU Vila Prudente. A previsão é que a reforma contemple parte da área onde funcionava a antiga administração do clube esportivo e ocorra a transferência do serviço para esse espaço.