A cidade de São Paulo conta com o Programa de Coleta Seletiva desde 2003, iniciado na gestão da prefeita Marta Suplicy. Além de gerar renda e emprego, a iniciativa dá destinação correta aos resíduos, preservando o meio ambiente. De acordo com a Prefeitura, atualmente, dos 96 distritos, 85 são contemplados pela Coleta de Materiais Recicláveis realizada pelas cooperativas conveniadas e pelas concessionárias. Entretanto, ao invés do serviço ser aperfeiçoado, a execução tem apresentado falha. Moradores da região que costumam separar o lixo reciclável do orgânico contam que há quase dois meses os caminhões da coleta seletiva pararam de passar em algumas ruas sem nenhum aviso prévio ou qualquer tipo de esclarecimento.
“Não consigo entender o motivo para suspenderem este tipo de coleta. Agora que as pessoas estão com mais consciência ambiental, acontecem estas falhas, desestimulando a população a separar o lixo”, declara a moradora da rua Coronel Joviniano Brandão, na Mooca, Lygia Regina. “Temos um espaço próximo ao portão destinado apenas aos materiais recicláveis. Antes os funcionários da Prefeitura passavam às quintas-feiras e recolhiam, mas agora a lixeira está repleta. Quando não cabe mais nada acabamos descartando junto com o lixo comum, inutilizando o trabalho que temos de separar. Isso também acontece no condomínio de prédios aqui na rua”, completou a moradora.
A mesma situação tem ocorrido na rua Rio do Peixe, na Vila Bela. Segundo os moradores, a coleta seletiva acontecia às quintas-feiras no período da manhã, mas há cerca de dois meses o serviço foi interrompido. “Há bastante tempo criamos o hábito de separar o que pode ser reciclado do lixo comum. Toda semana acumulamos boa quantidade de materiais, mas essa prática tem sido inútil, pois a Prefeitura não tem feito a parte dela. Pararam de recolher os recicláveis e não fomos comunicados se o serviço irá retornar”, comentou o morador da via, Thiago Catalani.
A Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (Amlurb), que é subordinada à Secretaria Municipal de Serviços, informou que as duas vias mencionadas passam por uma fase de reestruturação dos serviços. Especificamente sobre a rua Rio do Peixe, a Amlurb esclareceu que a coleta está sendo realizada pela concessionária Ecourbis às terças e quintas, no período noturno, em um trecho, e aos sábados, também no período noturno, sem qualquer tipo de falha. Foi ressaltado ainda que aconteceu panfletagem na via com materiais informativos sobre os dias e horários corretos. A Folha voltou a falar com o morador da Rio do Peixe, que desmentiu a resposta do órgão. Ele afirmou que a coleta não tem ocorrido nos períodos citados e também não aconteceu panfletagem.
Em relação à rua Coronel Joviniano Brandão, a Amlurb esclareceu que, dentro de um mês, o serviço, anteriormente realizado por uma cooperativa, será executado pela concessionária Loga. Foi ressaltado que as cooperativas foram remanejadas para outras regiões para ajudar no cumprimento da meta de universalização da coleta em todo o município até o final de 2016.
A Subprefeitura Mooca é atendida pela concessionária Loga e as ruas, horários e dias da coleta seletiva podem ser vistos no site www.loga.com.br. Já a Subprefeitura de Vila Prudente é atendida pela Ecourbis e o munícipe pode consultar os endereços e horários do serviço no site www.ecourbis.com.br.