O morador do Jardim Grimaldi, Jair Francisco Chiavegati, está indignado com o ocorrido no Cemitério São Pedro, na Vila Alpina. De acordo com ele, no último dia 9, seu irmão foi a um velório na necrópole e aproveitou para visitar o ossário onde estavam os restos mortais de seu pai desde quando foi exumado em 2009. Para o espanto da família, a caixa com os ossos não foi encontrada. Chiavegati conta que seu irmão dirigiu-se à administração e foi informado que, devido ao não pagamento de uma taxa, os ossos tinham sido retirados e depositados em outro local.
A situação pior estava por vir. A sepultura indicada, com quatro gavetas, estava alagada e havia uma série de sacos com ossos misturados, o que impossibilitou a localização da ossada. “Além de nunca terem nos informado sobre a taxa que devíamos ter pago e sobre a remoção dos ossos, colocaram os restos mortais de meu pai em um lugar em situação precária, sem nenhum tipo de manutenção e com mais de um metro de água”, conta Chiavegati. “Mas, não achamos os ossos e os responsáveis pelo cemitério também não localizaram. Isso é um grande descaso e desrespeito. Só depois de reclamar muito no cemitério, funcionários informaram que até sábado (amanhã) encontrariam os restos mortais de meu pai”, completou.
Para Chiavegati, além do desrespeito com os mortos, a situação gera perigo devido ao acúmulo de água. “Isso pode servir como criadouro de mosquito e as pessoas da redondeza serem prejudicadas”, declarou.
O Serviço Funerário do Município informou que, conforme previsto em lei, após exumado, os restos mortais são alocados em ossários individuais pelos familiares e essa locação é por cinco anos, devendo ser renovada, caso haja interesse. Foi ressaltado que, após esse prazo, se a locação não for renovada, os ossos são transferidos para o ossário comunitário e o munícipe, ao contratar um ossário, recebe orientações com essas informações. Sobre a água, foi esclarecido que o departamento técnico de cemitérios está elaborando projeto para que o problema seja sanado. No entanto o Serviço Funerário admite que “após a denúncia, imediatamente foram tomadas as providências de tratar a água com cloro e produtos que impedem a proliferação de doenças”.
Já sobre o “sumiço” dos despojos foi informado que será realizada uma busca e “serão encontrados já que todos despojos que vão para o ossário coletivo são devidamente identificados”. Só não foi explicado o motivo da demora para encontrar.
Que absurdo, que desrespeito as famílias dos mortos sepultados no cemitério São Pedro de Vila Alpina.
Nesse e em outros cemitérios municipais, tratam os restos mortais das pessoas como se fossem lixo, pois jogam os ossos de qualquer jeito, em verdadeiros buracos, os quais chamam de “ossários comunitários”, vergonhoso.
Na cultura oriental os espaços onde as pessoas são enterradas são cuidados com a maior reverencia, os diretores de cemitérios públicos, deveriam fazer cursos de atualização no Japão ou Coréia do Sul, pra aprenderem como se deve gerir um cemitério, mas aí já é pedir demais.