Enquanto a escola estadual Professor José Heitor Carusi, na Mooca, sofre com a grave deterioração e falta de manutenção estrutural do prédio (leia abaixo), conforme a Folha mostrou na semana passada; a Secretaria da Educação do Estado reformou as calçadas ao redor da escola Professora Julia Macedo Pantoja, na rua Assupá, em Vila Prudente, mas, de acordo com pais de alunos e moradores da redondeza, além da obra ser desnecessária, foi mal feita.
“A calçada estava ótima, sem problema, inclusive contava com rampas de acessibilidade. Mas, sem nenhuma justificativa, o Governo quebrou tudo, tirou o acesso de deficientes e, para piorar a situação, colocou no lugar um cimento granulado que dificulta a passagem dos pedestres e vai machucar em caso de queda”, comentou a vizinha da escola, Mirian Fernandes.
Quem também reclama da reforma é a dona de casa Rosana Maria, que é mãe de aluno da escola. “Sempre venho a pé buscar meu filho e não consegui entender o que fizeram. Não havia problema na calçada, o piso era liso e sem ondulações. Agora está aspero e mal feito. O dinheiro foi muito mal gasto”, declarou à reportagem na tarde da segunda-feira, dia 7.
A Secretaria da Educação do Estado informou que a obra foi realizada para adaptar o passeio aos padrões estabelecidos pela administração municipal, incluindo o atendimento aos padrões de acessibilidade – mas, não respondeu sobre o fato das pessoas alegarem que a antiga calçada estava em bom estado. A obra custou R$ 35 mil e foi feita pela empresa IQ de Souza Construções ME, que, segundo a Secretaria, já foi notificada pela má execução do serviço. Foi ressaltado que a empresa tem até a próxima segunda-feira, dia 14, para se manifestar ou será penalizada com multa no valor de R$ 3,5 mil e estará sujeita às sanções administrativas.
Defesa Civil faz nova vistoria em escola estadual na Mooca
Na edição passada a Folha publicou matéria sobre os problemas estruturais na escola estadual Professor José Heitor Carusi, no Parque da Mooca, que sofre com rachaduras nas paredes, infiltrações, goteiras e poças de água nas salas de aula. Na última terça-feira, dia 8, a Defesa Civil da Subprefeitura Mooca fez nova vistoria no prédio e constatou mais irregularidades. De acordo com o órgão, o Estado foi intimado a solucionar os problemas na escola, que está sujeita a interdição caso os reparos não sejam executados.
Segundo a Defesa Civil, a forração do telhado do pátio central, cuja parte de uma estrutura despencou no último dia 1º, possui réguas deformadas e espaços vazios decorrentes do desabamento. Foi citado ainda que na escada existem fissuras ativas que, se não tratadas, poderão descolar o reboco que cairão sobre os degraus. O órgão esclareceu também que há corredores com deformidades causadas por provável recalque diferencial e infiltração de água nos tetos e em luminárias de salas de aula.
A Defesa Civil afirmou que “para minimizar a degeneração geral do prédio e reduzir a incidência de riscos aos alunos, o Estado será intimado, com ciência da diretoria do colégio, a proceder o saneamento das irregularidades para colocar o imóvel em condições de segurança, salubridade e estabilidade conforme item 6 do Decreto 32.329/92, sob penas de multas, interdição e imposições legais”. (Gerson Rodrigiues)