A campanha do Ministério da Saúde faz um alerta claro: “Se o mosquito da dengue pode matar, ele não pode nascer”. A situação é ainda mais alarmante após a constatação de que o Aedes aegypti também transmite a febre chikungunya e o zika vírus, apontado como responsável pelo surto de microcefalia no país. Na noite da quarta-feira, dia 3, a presidente Dilma Rousseff (PT) falou em rede nacional de rádio e TV que a “guerra” contra o Aedes aegypti é complexa e exige o engajamento de todos. No entanto, a Prefeitura de São Paulo, também a cargo do PT, ainda não mostrou o engajamento necessário no combate ao mosquito. Há mais de uma semana, ruas do Jardim Independência, bairro que sedia a Subprefeitura de Vila Prudente, têm cenários paradisíacos para o Aedes aegypti e de terror para a vizinhança.
Na pequena rua Manuel Sequeira e Sá não faltavam opções de criadouros para o mosquito, inclusive dois pneus. “Motoristas param o carro na maior cara de pau e despejam o que querem nesse muro do terreno da Eletropaulo. Todo mundo por aqui já viu essa cena, menos a Prefeitura que nunca consegue flagrar”, reclama Jorge Tadeu Lima, que passa frequentemente pela via que fica a dois quarteirões da Subprefeitura.
A poucos metros, na rua Serra do Pereiro, restos de um armário permanecem há vários dias na calçada. “Estou tomando todos os cuidados dentro de casa para evitar o mosquito, mas eu e minha família estamos correndo o risco de contrair as doenças porque a Prefeitura não faz a parte dela nas ruas”, comenta uma moradora que pediu para não ter o nome divulgado.
A situação é ainda mais alarmante na avenida Jacinto Menezes Palhares, onde nesta semana equipes da Prefeitura se concentraram na repintura da ciclovia. Quase todos os quarteirões ao longo da avenida acumulam entulho, em um deles a reportagem flagrou várias gavetas de um armário e pneus. “Enquanto a Prefeitura e a polícia não começarem a flagrar e prender quem joga lixo pelas ruas, vamos viver esse terror do mosquito. Mas, ao invés de investir nas equipes de fiscalização, o prefeito prefere pintar ruas de vermelho”, reclama um dos vizinhos do ponto com pneus. “Não quero dar meu nome porque eu vejo as pessoas que fazem essa sujeira toda, faltam as autoridades começarem a enxergar também”.
A reportagem cobrou a Subprefeitura de Vila Prudente e não obteve retorno até o fechamento da matéria.