Na véspera do Carnaval, na sexta-feira, dia 5, agentes da Vigilância Ambiental, departamento da Secretaria Municipal de Saúde, passaram por trecho da rua Princesa Maria Pia, na Vila Santa Clara, distribuindo panfletos que informavam que logo após o Carnaval ocorreria ação de nebulização contra o mosquito Aedes Aegyti. A aplicação de inseticida é adotada em locais onde houve comprovação de casos de dengue.
No entanto, a vizinhança desconfiou da veracidade da ação porque o panfleto distribuído estava preenchido a lápis. Durante todo o Carnaval tentaram confirmar a veracidade do aviso, mas por conta do ponto facultativo na Prefeitura, não obtiveram êxito. “Nos telefones de plantão ninguém sabia dar informações. No site da Prefeitura não existia relação de ruas que receberiam as equipes. O governo municipal precisa melhorar a comunicação com os munícipes. Para uma ação importante como essa, se limitam a distribuir um papel preenchido a lápis que pode ser forjado facilmente”, comenta uma moradora que entrou em contato com a Folha. “Quando a equipe voltou no dia 11 foi a maior confusão. Muito morador, com medo e trauma de assaltos, nem abriu a porta. Piorou quando os agentes informaram que ninguém podia permanecer no imóvel enquanto acontecia a aplicação. Houve muito bate boca. Também teve agente que tocava a campainha e já passava para casa seguinte, mal dando tempo da pessoa aparecer na porta. Desse jeito a campanha não vai funcionar”, completa.
A Secretaria Municipal de Saúde confirmou que o material informativo distribuído à população é preenchido a lápis ou a caneta no momento em que é entregue ao munícipe ou deixado na residência em caso de ausência do morador. Mas argumentou que no panfleto constam as orientações sobre a atividade de aplicação de inseticida, o telefone da Vigilância Ambiental e a informações referentes à preparação da casa para receber a nebulização, inclusive a orientação de que os moradores devem permanecer do outro lado da calçada e retornar somente depois de 30 minutos, evitando danos à saúde. Foi ressaltado ainda que a ação acontece primeiro de um lado da rua e posteriormente, do outro.
A Secretaria enfatizou que os agentes usam uniforme, crachá, equipamento de proteção individual e portam documento do Sistema de Informação de Agravos de Notificações (SINAN) de casos confirmados de dengue, o que justifica a intervenção na região. No caso da rua Princesa Maria Pia a ação foi programada num raio de 200 metros a partir da residência de um paciente. Não foi informado se será programada uma nova aplicação na via.