Passageiros que utilizam as linhas de ônibus que fazem conexões com o metrô aguardam há mais de quatro anos pelas melhorias nas paradas próximas das estações Vila Prudente e Tamanduatéi. As reclamações vão desde falta de abrigos, calçadas estreitas, mau cheiro e até mesmo pontos situados em locais sujeitos a alagamentos.
Na rua Guaramiranga, perto da estação Tamanduateí do Metrô e da CPTM, passageiros se espremem nas calçadas em pontos finais de três linhas. As pequenas coberturas não dão conta do grande número de pessoas que tentam embarcar nos veículos. “É muito desconfortável. Quando chove não há como se proteger”, comenta o autônomo José Eugênio. “Além disso, temos de enfrentar o mau cheiro. Suspeito que deve ser dessa estação de tratamento de esgoto da Sabesp”.
O cenário perto dessa estação sugere improviso, já que o terreno particular desapropriado ao lado da estação na rua Guaramiranga espera a implantação do terminal de ônibus. “Recebi a informação de que as três linhas podem se transferir quando o terminal perto do metrô Vila Prudente entrar em operação”, afirma o fiscal Rogério Lúcio Santana. “Enquanto isso, os passageiros enfrentam dificuldades, apesar de pagar tarifa cara”.
Nas imediações da estação Vila Prudente as paradas de ônibus também provocam reclamações. Na rua Ibitirama sentido centro, pouco antes do largo, a queixa é a inexistência de cobertura. “Não há como se proteger, já que nem toldo de loja existe por aqui”, reclama a atendente Ana Paula Okubo. “O pior é que não sabemos onde o ônibus para exatamente, pois eles chegam em sequência quando abre o semáforo do cruzamento da avenida Anhaia Mello”.
Na parada da praça Gióia Júnior, na avenida Anhaia Melo sentido bairro, circulam 17 linhas de ônibus. O abrigo e a calçada estreita formam aglomerações de passageiros no fim da tarde. “Ainda bem que tem esse toldo da lanchonete para fugir da chuva mais forte”, explica o estudante Caio Henrique Bosso.
Mas os problemas de desconforto vão além. “Quando vão inaugurar esse terminal embaixo do monotrilho para sairmos do sufoco?”, questiona a analista de Recursos Humanos, Elaine Félix. Ela faz a baldeação do metrô para a linha Divisa São Caetano. “Quando chove forte esse ponto alaga e somos obrigadas a passar na água suja para embarcar”.
Sobre o terminal na avenida Anhaia Mello, a São Paulo Transportes (SPTrans) esclareceu que não há data definida para implantação, enquanto o Metrô não finalizar as obras no local. Em relação às relações das paradas sem abrigo, a SPTrans informou que a cidade toda está passando por trocas desses equipamentos e que na avenida Anhaia Mello já houve substituições ou realocações. Nada foi mencionado sobre as situações enfrentadas pelos usuários na rua Guamiranga e a possibilidade de um terminal no trecho.
A Folha também pediu um posicionamento do Metrô que, em setembro, havia afirmado que estava em andamento a licitação do terminal sob a estação Vila Prudente do monotrilho. Em resposta na tarde de ontem, foi informado que a licitação ainda não foi encerrada. Quando estiver concluída e assinada a ordem de serviço, a previsão para término da obra é 14 meses. Sobre um possível terminal de ônibus na rua Guaramiranga não consta entre as ações previstas nos empreendimentos da Companhia.