A partir do próximo ano o Governo do Estado quer colocar em prática a proposta da reorganização escolar, cujo objetivo é transformar algumas escolas de São Paulo em ciclo único, atendendo apenas estudantes de um dos três ciclos atuais: do 1º ao 5º ano, o Ensino Fundamental I; do 6º ao 9º ano, o Ensino Fundamental II; e os três anos do Ensino Médio. Atualmente, algumas escolas recebem alunos das três fases.
Desde que surgiram as primeiras notícias da reorganização, pais e alunos de diversas escolas da capital vêm fazendo protestos contra a medida. “Tenho dois filhos na José Chediak (Parque São Lucas). Um está no 6º ano do Fundamental II e o outro no 1º do Ensino Médio. Um deles será obrigado a ir para a escola Dr. Secundino Domingues Filho (Jardim Independência). O Governo irá mexer com a rotina e a estrutura de várias famílias e em nenhum momento escutou nossa opinião ou sugestão”, declarou a dona de casa Andréa Padovani, durante o ato ocorrido em outubro em frente à escola no São Lucas.
Além da mudança de ciclo, também existia o temor do fechamento de escolas na região, o que, segundo as informações da Secretaria de Estado da Educação, não irá ocorrer nas áreas da Vila Prudente, Mooca e arredores. Mas, 11 unidades passarão pela mudança de ciclo já em 2016 (veja quadro). Somente na escola estadual Profª Julia Macedo Pantoja, em Vila Prudente, a transferência dos alunos será gradativa: a turma só mudará de escola quando encerrar o ciclo.
O Estado anunciou oficialmente a reorganização na semana passada. Na Capital, 25 escolas terão as suas funções encerradas e 754 unidades passarão a ter ciclo único.
De acordo com a Secretaria de Estado da Educação, com a mudança, as escolas ficarão mais focadas no aprendizado da faixa etária, permitindo a adoção de estratégias pedagógicas focadas na idade e fase de aprendizado dos estudantes. Mas, a medida recebe críticas de muitos especialistas que justificam que tradicionais colégios particulares oferecem todos os ciclos sem prejudicar a aprendizagem.
No próximo dia 14 ocorrerá reuniões simultâneas em todas as escolas estaduais. “A participação de pais e responsáveis é fundamental para que esse processo de transição tenha êxito para todos os envolvidos. Por isso, a Secretaria adicionou ao calendário escolar uma data especial para ouvir a comunidade e esclarecer todas as dúvidas”, explica o secretário da Educação, Herman Voorwald. O horário da reunião será definido por cada escola e será divulgado com antecedência aos pais e envolvidos.