Após matéria publicada há três edições na Folha sobre o risco de desabamento das seis caixas de água do alojamento provisório da Comunidade Jacaraípe, em Vila Prudente, e que repercutiu na mídia, responsáveis da Prefeitura e Companhia Metropolitana de Habitação (COHAB) estiveram no local na quinta-feira da semana passada, dia 25.
Construído pela Prefeitura em 2002 após incêndio destruir parte da favela, hoje 200 famílias moram espremidas em barracos de madeira nos dois pavimentos. Há um ano, nas estruturas das seis caixas de 5 mil litros de água cada começaram a surgir sinais de deterioração, colocando em risco as moradias ao redor.
Para evitar tragédias, moradores improvisam medidas emergenciais como estacas de madeira fincadas para suportar o peso das caixas. Além disso, o presidente da Associação dos Moradores, José Carlos de Araújo, controla a entrada de água para não deixar as caixas cheias. “O nível está em um quarto das caixas, pois as escoras não aguentariam o peso total”, revelou, mostrando a situação para o engenheiro da COHAB, Robson Faria, durante a vistoria.
Acompanhado pelo chefe de Gabinete da Subprefeitura Vila Prudente e pelo coordenador de Projetos e Obras, José de Deus Alencar e Jacintho Roberto Ziccardi, respectivamente, o engenheiro colheu imagens fotográficas e informações. “Estava aqui em 2002 na construção do abrigo e pela situação atual não há como realizar reparos”, admitiu Faria. “Tudo é precário: as caixas de água, as fiações elétricas, a sobrecarga de energia, os vazamentos de esgoto e o ambiente é bastante insalubre, sem ventilação e entrada de luz natural”
Ainda de acordo com Faria, apesar do alojamento ser de madeira era seguro. “Os botijões de gás, por exemplo, ficavam fora das moradias”, disse. Para seu relatório, ele pretende resgatar dos arquivos da COHAB o projeto original e comparar com a situação atual. “Era para abrigar 100 famílias, mas o adensamento com novas construções nesses 13 anos degradou bastante o local”, concluiu.
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Gostaria de saber o que acontece com os projetos de urbanização dessa comunidade da Jacaraípe pois mais de 17 anos que houve um incêndio e continua sempre com varias ocorrências de focos de incêndios e ela continua aqui.