Moradores da Vila Zelina, Jardim Avelino e arredores marcaram grande presença na noite da segunda-feira, dia 6, na Audiência Pública realizada no Colégio Marco Zero. O evento, convocado pela vereadora Edir Sales (PSD), teve o objetivo de possibilitar à população questionar os casos de roubos e furtos ocorridos recentemente, vários deles relatados pela Folha, e indagar também sobre o projeto de ciclovia implantado no final de abril e começo de maio nas ruas Pinheiros Guimarães, Mario Augusto do Carmo e Professor Gustavo Pires de Andrade. Enquanto as autoridades de segurança da região comparecem em peso (leia mais abaixo), a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) não mandou representantes, o que desagradou os presentes.
A vereadora Edir Sales explicou que convidou a CET, mas na segunda-feira teve a informação de que ninguém do órgão estaria na audiência. “Pediram para avisar que é quase 100% certo que não haverá mais ciclovia na região e também vão começar a remover os balizadores colocados nas já existentes”, disse.
A explicação não poupou as críticas. “A CET também ignora as reuniões do Conselho Participativo de Vila Prudente, já pedimos a presença várias vezes, inclusive documentado”, reclamou Rosângela Ciuffa. “Não interessa alegar que não existirão mais ciclovias, queremos saber o que vai acontecer com essas que já foram feitas”.
Conforme a Folha apurou, ainda estão previstas mais faixas para ciclistas na região. A própria CET informou na terça-feira, dia 7, que futuramente a ciclovia que termina na junção das ruas Professor Gustavo Pires de Andrade e Ibitirama será interligada com a da avenida Dr. Francisco Mesquita – trajeto que englobará mais de uma rua.
Durante a audiência, o morador Ricardo Antonio pediu a palavra para questionar o que a Câmara Municipal tem feito em relação aos projetos do prefeito. Edir Sales alegou que as ciclovias não passam pela aprovação dos vereadores. “É uma decisão direta do Executivo. A Câmara e a Subprefeitura não ficam sabendo do percurso com antecedência. Somos pegos de surpresa como os próprios moradores. Na ocasião da implantação, convoquei uma vistoria e juntamente com os técnicos percorremos as ciclovias da Vila Zelina e do Jardim Avelino. Por enquanto, responderam que a partir de hoje (segunda-feira) começam a remover os balizadores”, declarou.
Questionada pela Folha, a CET informou na terça-feira, dia 7, que os balizadores foram removidos em trecho da rua Professor Gustavo Pires de Andrade, pois estudos mostraram a necessidade de implantação de outros dispositivos de segurança voltados aos ciclistas. Sobre o não comparecimento na reunião pública, a resposta foi que a Companhia solicitou a ata com os desdobramentos da audiência junto ao gabinete da vereadora para as devidas colaborações.
Autoridades de segurança debatem com a população
A audiência pública teve a presença de todas as autoridades de segurança convidadas: a delegada titular do 56° Distrito Policial, Silvana Françolin; o comandante da 4º. Companhia do 21º Batalhão, Capitão Guion; e a inspetora de Vila Prudente da Guarda Civil Metropolitana, Marcia Aparecido Merinho. A reunião foi em parceria com o Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) de Vila Prudente, representado pelo presidente Renato Chiantelli. A subprefeita de Vila Prudente, Sandra Barbosa, também compareceu.
Durante a audiência, as autoridades voltaram a justificar que os números de ocorrências criminais vêm caindo na região, conforme declararam à Folha quando foram questionadas sobre os casos de assaltos na região da Vila Zelina e Jardim Avelino. “A sensação de insegurança existe na cidade inteira e sei que na região existem crimes, vejo os boletins de ocorrência diariamente, mas posso assegurar que os índices estão caindo na região, inclusive o de roubo de carros, que é um caso que não tem como a pessoa deixar de registrar a ocorrência”, destacou a delegada Silvana. O capitão da 4ª Cia. também alegou que todo o efetivo está empenhando para fazer o patrulhamento ostensivo que compete à Polícia Militar.
Mesmo assim, a população questionou a discrepância entre os números oficiais e os casos de delitos que surgem dia a dia. “Respeito o trabalho da polícia, mas estatística é coisa de governo, queremos saber o que está sendo feito de concreto”, afirmou Acássio Abrunhosa.
O presidente do Conseg, Renato Chiantelli, destacou a importância da união entre vizinhos no intuito de “praticar a segurança”. “Na Vila Prudente temos o exemplo de moradores que através da interligação de sistemas de monitoramento por câmeras, formação de grupos para comunicação rápida por WhatsApp e rádios comunicadores, conseguiram colaborar com o trabalho das policias civil e militar, e diminuíram os índices de crimes nas ruas envolvidas”, destacou. Ele convidou todos para participarem da reunião do Conseg Vila Prudente na próxima segunda-feira, dia 13, às 20h, no Círculo de Trabalhadores Cristão (rua José Zappi, 120). Na ocasião, haverá apresentação do Programa de Vizinhança Solidária.
Depois da inauguração do metro, os assaltos só aumentam em nosso bairro, em especial na rua cavour, onde meu amigo foi assaltado por dois bandidos. A falta de iluminação na rua também chama muito atenção dos frequentadores, quem volta de noite do trabalho ou da faculdade e passa pela rua, já se acostumou com a insegurança, mas e nunca vou me acostumar, por isso estou aqui.
Nada resolvido ou concluído. Permanecem as ciclofaixas e a insegurança. Quem mais ganhou nesta “Audiência Pública” foram alguns políticos, que ganharam mais visibilidade mas não prometeram nehum plano concreto de melhoria da situação.