Moradores e empresários das ruas Susana e Jacinto Menezes Palhares, no Jardim Independência, tomaram um grande susto na tarde de ontem. Devido ao rompimento de uma adutora que passa sob a rua Susana, uma cratera surgiu na altura do número 870 da via e um enorme volume de água invadiu imóveis e galpões. Além do desperdício em tempos de crise hídrica, muitas pessoas tiveram prejuízos. Segundo a Subprefeitura de Vila Prudente, 11 imóveis ficaram alagados e uma empresa precisou ser interditada devido ao desmoronamento de um dos muros.
De acordo com relatos de moradores da Susana, por volta das 14h30, o piso da rua tremeu e, após forte barulho, surgiu o grande buraco e muita água começou a jorrar, alagando totalmente a pista. Vários imóveis construídos abaixo do nível da via foram tomados pela água. “O chão começou a tremer e tive a impressão de um terremoto. Nesse momento comecei a ver muita água entrando em casa. Tentei puxar com rodo, mas não foi suficiente. Invadiu a cozinha, o banheiro e o quarto onde estava o bebê recém-nascido”, contou a moradora da residência de número 1031.
Quem também teve prejuízo com o ocorrido foi Leandro Coelho Ferreira. “Tinha acabado de sair para o trabalho quando me ligaram dizendo o que tinha acontecido. Ao chegar, vi o estrago. Foi desesperador. Mais de meio metro de água na sala e na cozinha da minha casa. Perdi móveis e eletrodomésticos. Moro aqui há 30 anos e nunca vi nada igual, nem em dias de tempestades. A Sabesp terá que arcar com este prejuízo!”, declarou Ferreira.
A força da água foi tanta que desabou o muro de uma empresa da rua Susana que tem fundos com a avenida Jacinto Menezes Palhares. “A correnteza invadiu o galpão com tanta força que não conseguimos fazer nada. A água represou nos fundos e a pressão derrubou o muro para a avenida Jacinto Menezes Palhares”, explicou um funcionário. Após averiguação, a Defesa Civil da Subprefeitura de Vila Prudente precisou interditar a empresa por segurança.
Moradores da Jacinto Menezes Palhares também sofreram. “Estava em casa e de repente começou a vazar água pelas paredes. Achei que fosse vazamento nos canos da minha residência e, aos poucos, foi aumentando. Quando saí na rua vi que a pista estava tomada de lama e outros vizinhos tinham o mesmo problema. Fiquei com medo de desmoronamento”, comentou a dona de casa Joana de Assis, que passou o resto da tarde limpando sua residência.
A reportagem da Folha esteve no local logo após o ocorrido e constatou que funcionários da Sabesp começavam a se mobilizar para remover a água das residências e da cratera aberta na pista, para depois iniciar o conserto da adutora.
Problema deixa 190 mil sem fornecimento de água
O rompimento da adutora de 800 milímetros provocou um enorme solapamento na via e interrompeu o fornecimento de água em 21 bairros da região, atingindo 190 mil pessoas. De acordo com a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), a rede foi fechada para conter o vazamento e só será reaberta após a finalização do conserto da adutora prevista para a manhã de hoje.
Levantamento da Defesa Civil da Subprefeitura de Vila Prudente apontou que 11 imóveis foram alagados e uma empresa será interditada porque teve a estrutura afetada pela força da água que jorrou da adutora.
A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) precisou implantar desvios de trânsito, inclusive na movimentada avenida Jacinto Menezes Palhares que ficou totalmente enlameada, com risco de derrapagem dos veículos.
É o terceiro rompimento na rede da Sabesp na região em seis meses. Em outubro e fevereiro, a adutora Rio Claro estourou no cruzamento da avenida Vila Ema com a rua Domingos Afonso, na Vila Ema. Nas ocasiões, 200 mil pessoas ficaram sem água por cerca de 48 horas.