No começo de fevereiro a Folha fez matéria relatando as dezenas de carros e caminhões, fora de uso, despejados pelo Serviço Funerário do Município nos fundos do terreno do Crematório de Vila Alpina. Questionado na época, o órgão informou que os veículos foram alojados no local à espera de leilão e que todas as medidas necessárias estavam sendo tomadas para evitar o acúmulo de água, evitando o risco de se tornarem criadouros do mosquito Aedes Aegypti, proliferador da Dengue. Entretanto, a reportagem voltou à unidade nesta semana e flagrou que aumentou o número de veículos largados na unidade e que, ao contrário da promessa do Serviço Funerário, muitos deles estão com poças nas caçambas e no seu interior.
A situação preocupa os funcionários do espaço. “O Serviço Funerário pede para fazermos o trabalho de limpeza, evitando o acúmulo de recipientes com água parada nas áreas verdes do crematório. Mas, aí jogam todo o nosso serviço no lixo ao deixarem esses caminhões abandonados, acumulando água da chuva. Não sabemos quando serão tirados e a quantidade aumenta a cada semana”, reclama um dos funcionários.
Os usuários do Parque Ecológico Professora Lydia Natalizio Diogo, o Parque de Vila Prudente, que divide muro com o crematório, também estão preocupados com a situação. “Chegam mais veículos e não vemos nenhuma limpeza sendo feita. Estou com medo de fazer caminhadas no parque. O número de mosquitos aumentou no local. Estamos vivendo um surto de Dengue em São Paulo e essa situação só favorece a proliferação do mosquito. É uma vergonha o próprio órgão da Prefeitura não tomar as providências necessárias para evitar que a população corra riscos”, declara a moradora do Jardim Avelino, Adriana Diácono.
Já o representante comercial Iuri Campos de Azevedo reclama que a situação, além de alarmante por causa da Dengue, também gera prejuízos aos cofres da Prefeitura. “Tem mais de 60 veículos parados ali. Não sei nem se o Serviço Funerário tem esse número de carros trabalhando atualmente. É muito veículo largado que não ajuda o trabalho da Prefeitura e poderiam render dinheiro ao serem leiloados. Mas parece que ficarão abandonados no crematório por um bom tempo, já que toda semana colocam mais veículos.
Enquanto isso os usuários do parque ficam à mercê do mosquito da Dengue com essa água parada, que vira um criadouro”, destaca Azevedo.
Quarenta dias de prazo!
Questionado novamente pela reportagem nesta semana, o Serviço Funerário voltou a informar que os veículos estão aguardando o leilão. Ainda segundo o órgão, a estimativa para a retirada dos carros da unidade é de 40 dias. Sobre o acúmulo de água, o Serviço Funerário voltou a alegar que os cuidados necessários para evitar a situação estão sendo tomados. Diante da resposta, a Folha enviou novo e-mail ao órgão, informando que tem fotos comprovando a existência de água parada, principalmente nas caminhonetes e caminhões, e que 40 dias é prazo suficiente para a proliferação de vários mosquitos.
A Folha também indagou a Subprefeitura de Vila Prudente sobre o flagrante de água parada nos veículos, já que o órgão é responsável pelo combate à Dengue na região, porém até o fechamento desta edição não obteve resposta.