Dias após a forte chuva que castigou a Vila Prudente na semana passada, moradores ainda contabilizavam os prejuízos. Além de perdas materiais, existe o sentimento de indignação de pessoas que sofrem com as enchentes há anos. “É revoltante todo ano sofrermos com alagamentos em nossas casas”, declara a moradora da rua Limeira, Ana Veiga Jollo, 73 anos. Na chuva do último dia 25 a água invadiu a garagem de sua residência e danificou um veículo e uma geladeira. “Já perdi as contas de quantas vezes a enchente me causou prejuízo”. Ela conta que colocou o imóvel à venda há anos e não consegue concretizar o negócio. “Se um dia aparecer um comprador terei que vender pela metade do valor que minha residência valeria se não estivesse em área de alagamentos. Mas a vontade é sair logo daqui”, completa.
Prejuízo ainda maior teve o mecânico Osvaldo Biagio, 71 anos. Três imóveis de sua propriedade desabaram por causa de um deslizamento de terra. As casas ficam no mesmo terreno na rua Ibitirama, número 1973, Vila Bela, que não é considerada área de risco, mesmo assim, foram totalmente destruídas. O pouco que sobrou de pé terá que ser demolido após análise da Defesa Civil.
No momento do desmoronamento, no único imóvel ocupado, estavam a nora de Osvaldo e os dois filhos dela, um de quatro e outro de cinco anos. “Ela escutou o barulho e sentiu a casa tremer. Pegou as crianças e correu para a porta, que fica mais distante do trecho desmoronado. Eles ficaram apenas com a roupa do corpo, nem os documentos conseguiram pegar. Mas, Graças a Deus conseguiram sair antes do imóvel vir abaixo”, contou. “O que nos resta agora é unir forças e tentar recomeçar aquilo que foi construído com muito carinho ao longo de 50 anos”, completa.