Durante o temporal da última quarta-feira, dia 25, moradores de uma comunidade da rua General Irulegui Cunha, no Jardim Independência, viveram momentos de muita tensão quando notaram que a água e a terra que descem em grande quantidade da obra do Pátio Oratório da Linha 15-Prata do Monotrilho estavam começando a invadir as casas novamente, como ocorreu na forte chuva de 27 de janeiro. A solução foi improvisar uma barricada com sacos de areia para desviar o curso da enxurrada.
“Foi uma correria danada debaixo do temporal”, conta Maria Aparecida Oliveira, que afirma residir há 18 anos no local e nunca teve este problema antes das obras do monotrilho. Os moradores denunciam que a causa é uma galeria construída pelo Consórcio Expresso Monotrilho Leste, responsável pelo pátio. Eles alegam ainda que apesar de engenheiros do Consórcio afirmarem que “a enchente não é culpa da obra”, ocorreu uma modificação na galeria após a enchente de janeiro.
“Mas, essa improvisação também não foi suficiente. No mês passado só consegui salvar a geladeira e a máquina de lavar da minha casa. Dependi do meu irmão me doar roupas. Não dá para ficar perdendo tudo a cada chuva mais forte”, reclama Osmar Lima, que mora há 20 anos na rua e também afirma que nunca teve problema com enchentes antes da obra do monotrilho. “Mesmo desta vez, que agimos rápido para tentar conter a água, moradores tiveram prejuízos. Precisamos até arrebentar a porta de uma vizinha para salvar duas cadelinhas que já estavam na água”, conta Lima.
Na tarde de ontem os moradores organizaram um protesto e pediram a presença de um representante do Consórcio ou do Metrô, mas ninguém compareceu para conversar. Eles alegam ainda que na outra enchente não receberam qualquer tipo de auxílio. “Somente a Prefeitura nos trouxe alguns colchões e cestas básicas”, comenta a costureira Maria da Penha Silva que teve grande prejuízo financeiro com as peças de costura perdidas quando a água invadiu a sua casa.
A Companhia do Metrô respondeu que o Consórcio ratificou que os problemas de alagamentos na rua não são decorrentes da obra do Pátio Oratório. Mesmo assim, o Metrô irá propor aos representantes da comunidade uma reunião em conjunto com o Consórcio e a Subprefeitura de Vila Prudente. A intenção era agendar o encontro para hoje.