Desde o segundo semestre do ano passado, a Folha vem denunciando o estado de abandono do canteiro central da avenida Anhaia Mello sob as obras do primeiro trecho da Linha 15-Prata do monotrilho. Na edição passada, o jornal apontou diversos pontos da via em que tapumes fixados em blocos de concreto, que deveriam isolar o canteiro, estavam quebrados ou derrubados entre as estações Vila Prudente e Oratório. Finalmente, na terça-feira, dia 11, equipes fizeram a substituição dos equipamentos danificados. Mas, a ação foi tardia, pelo menos para dois motoristas que passaram pela Anhaia Mello. Eles entraram em contato com o jornal para contar os acidentes que sofreram na avenida por causa do descaso do Metrô e do consórcio responsável pelos trabalhos.
Nesta época do ano, quando o mato costumeiramente invade calçadas e canteiros centrais de avenidas, a justificativa da Prefeitura sempre foi “o excesso de chuvas que propicia o crescimento acelerado da vegetação”. Com certeza, a explicação não se aplica neste ano de estiagem histórica. Mesmo assim, o cenário em diversas vias da região é típico dos períodos de temporais com o matagal atrapalhando a vida de pedestres. Em alguns pontos, a quantidade e a altura são tamanhas que chegam a bloquear a passagem das pessoas.
No último dia 8, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) mudou a mão de direção do trânsito na rua dos Trilhos, entre a rua Bresser e a praça dos Industriários, na Mooca. No trecho, a via circula agora apenas no sentido bairro. Além da alteração ter sido divulgada com apenas dois dias de antecedência, a população questiona também a eficácia da mudança, já que, segundo comerciantes, moradores e motoristas, os congestionamentos aumentaram. Na noite do domingo, dia 9, uma faixa chegou a ser colocada no local criticando a CET.
Na noite do sábado, dia 8, duas famílias foram abordadas por quatro criminosos ao saírem do Mooca Plaza Shopping, na rua Capitão Pacheco e Chaves. O carro de uma delas, um Sonata, foi levado pelos bandidos. Já a outra família teve o veículo, um Sandeiro, alvejado por um tiro que parou na lataria do automóvel. O Sonata foi encontrado horas depois na favela de Heliópolis, onde um homem trocou tiros com a polícia e acabou baleado e preso por receptação. Um policial também foi ferido na ação.
Apesar de a Companhia do Metropolitano de São Paulo – Metrô sempre alegar que o canteiro central da avenida Anhaia Mello, sob o monotrilho, é monitorado constantemente, o que se vê percorrendo a via são tapumes quebrados ou despencados, montes de terra e entulho espalhados, inclusive pelas pistas, e colunas pichadas antes mesmo do transporte começar a funcionar. Principalmente nos trechos entre a rua Américo Vespucci e a avenida Alberto Ramos, poucos metros antes da futura estação Oratório, é raro ver um funcionário ou segurança do consórcio responsável pelos trabalhos. Nesta semana, a reportagem da Folha percorreu o trecho entre as estações Vila Prudente e Oratório, nos dois sentidos, e a situação é preocupante, ainda mais que a promessa de inauguração do transporte não para se sofrer adiamentos. O novo prazo dado pelo Governo do Estado é março, no entanto, nem o paisagismo sob os trilhos foi iniciado.
Na noite da quarta-feira, dia 5, um ônibus da linha 311C/10 – São Lucas/Bom Retiro, da empresa Via Sul, que estava estacionado no ponto final da praça São Lucas, perdeu o freio e despencou em direção a rua Deputado Menezes Cortes, onde atingiu três casas e dois veículos. Ninguém ficou ferido. Essa é, pelo menos, a quarta vez que o fato se repete no trecho. O último dos acidentes aconteceu em agosto de 2010, quando um coletivo da mesma linha colidiu contra a residência de número 140, da moradora Nanci Barbosa Marques, que novamente teve o imóvel danificado pelo acidente desta semana.
Indignados com a implantação da faixa exclusiva para ônibus na avenida Sapopemba, no trecho entre a rua Luis Ferreira da Silva e a praça Galiano Jacomossi, comerciantes da Vila Diva e da Vila Guarani realizaram um protesto na tarde da segunda-feira, dia 3. Com faixas e apitos, os manifestantes paralisaram a via por cerca de 50 minutos. Temendo prejuízos para as lojas, eles cobram a diminuição do horário de vigência das faixas e da restrição de estacionamento, a exemplo do que ocorreu na rua do Orfanato.
Após o jornal ressaltar por duas semanas que assentos dos novos abrigos nos pontos de ônibus foram furtados no distrito do São Lucas, o superintendente de Serviços Concedidos da São Paulo Obras (SPObras), Ivan de Freitas, se reuniu com a reportagem da Folha na terça-feira, dia 4, no gabinete da Subprefeitura de Vila Prudente. A subprefeita Patrícia Saran participou do encontro. Além de dar explicações sobre a demora na reposição dos bancos, Freitas também falou sobre o processo de implantação destes abrigos em toda a cidade.