Por volta das 23h do último dia 2, o economista Thiago de Osti Cardoso Lopes, de 28 anos, foi assassinado quando chegava com a mãe em casa, na rua César Cantu, na Vila Prudente. O jovem iria se casar em 2015 e voltava de uma degustação de doces e salgados, quando foi abordado por três criminosos no momento em que estacionava o veículo na garagem. De acordo com testemunhas, o trio queria roubar o automóvel do rapaz, que, mesmo sem reagir, foi baleado e morreu ao chegar no hospital. Os bandidos fugiram apenas com a chave do carro.
O jovem foi atingido na região do abdômen por uma bala de calibre 32. “Todo mundo saiu nas janelas ao escutar os gritos da mãe e o disparo. Meu marido correu até lá e, junto com outro morador, colocou o rapaz no carro e o levou ao hospital São Cristóvão. É muito triste, temos um filho da mesma faixa etária e dói ao pensar o que a família está sofrendo”, comentou uma das vizinhas.
Outra moradora da via, que conhecia o rapaz há 17 anos, também ressaltou o sentimento de tristeza e revolta entre a vizinhança. “Logo que eles se mudaram para cá fiquei próxima da mãe, já que eles não têm família em São Paulo. Vi o Thiago crescer. Era um menino humilde, de índole muito boa. Realmente uma jóia rara que foi perdida. É revoltante saber que ele perdeu a vida de maneira banal e os responsáveis estão soltos”, destacou.
Thiago foi sepultado no cemitério Quarta Parada, no Belém, no sábado, dia 4.
O caso foi registrado no 57º Distrito Policial – Parque da Mooca como latrocínio. De acordo com o delegado assistente, imagens de câmeras de segurança da vizinhança foram analisadas, mas em nenhuma delas é possível identificar os criminosos. Foi ressaltado que depoimentos de testemunhas, que viram o trio fugir em direção à rua do Oratório, apontam que os assaltantes eram menores de idade. “Fizemos algumas possíveis reconstituições da fuga dos bandidos para tentarmos descobrir por onde o trio chegou e por onde saiu, para procurarmos outras imagens que possam ajudar nas investigações, que irão continuar”, declarou o delegado.
Família e amigos promovem ato contra violência
A missa que marca o sétimo dia da morte de Thiago de Osti Cardoso Lopes será celebrada hoje, dia 10, às 19h30, na Paróquia Santo Emídio, na rua Ingaí, 67, no Largo de Vila Prudente. A família do rapaz pede que todos compareçam com camiseta branca, calça escura e uma vela.
Após a celebração, será lançado o Movimento Thiago Vivo, que tem o objetivo de unir as pessoas em prol de mais segurança. Na noite da quarta-feira, dia 8, foi criada uma página no Facebook sobre o movimento que em menos de 24 horas já contava com mais de 1.600 adesões.
“É muito duro ver isso, um filho morrendo na sua frente, e nada poder fazer. Não posso deixar o Thiago virar apenas estatística criminal”, contou à Folha a mãe Juraci de Osti, que presenciou o crime. “Quero que ele seja lembrado para termos mais segurança. Vou fazer disso a minha vida”, afirma Juraci. “Espero que as pessoas nos apóiem, nos ajudem a lotar a missa do Thiago e também compareçam no ato que pode ajudar para que outras famílias não passem por toda a dor que estamos vivendo agora”, pede.
Solidariedade
Os pais do estudante Victor Hugo Deppman, morto por um menor em 9 de abril 2013, aos 19 anos, na porta do edifício onde residia no Belém, também em tentativa de assalto, confirmaram presença na missa e no ato de hoje. “A morte do meu filho completou 1 anos e 6 meses , nada mudou e novos casos continuam acontecendo. Vou apoiar a família do Thiago e continuar com a minha luta”, conta Marisa Rita Deppman, que chegou a se candidatar a deputada federal nestas eleições. “Infelizmente não consegui me eleger, pois acredito que só estando lá (em Brasília), vou conseguir pressionar nossos políticos. Por enquanto, a sensação que tenho, é que não se importam”.
Vizinhança reclama de falta de segurança
Moradores da via relataram à Folha que a rua é alvo nos últimos meses de uma onda de crimes. Inclusive, em 20 de setembro, assaltantes tentaram furtar o veículo do próprio Thiago, que estava estacionado em frente à sua casa. “Estava no quintal, por volta das 13h, e ouvi uma vizinha gritando que estavam roubando o carro. Os ladrões, que estavam com outro automóvel, se desesperaram e fugiram em alta velocidade sem levar o veículo do Thiago, que estava dentro de casa e não viu nada”, comenta uma moradora que ressalta que este tipo de crime tem se tornado comum na via.
No final de agosto, outro furto chamou a atenção da vizinhança. Criminosos aproveitaram a ausência dos moradores e invadiram duas residências geminadas. “Os dois imóveis foram construídos há pouco tempo e os moradores ainda são desconhecidos da vizinhança. Os bandidos entraram na garagem e uma vizinha chegou a ver um deles fechando o portão, mas pensou se tratar de um residente e não de assaltantes. Eles carregaram eletrodomésticos e eletrônicos, depois pularam a varanda e também furtaram a casa vizinha. Foram embora com o veículo carregado”, conta uma moradora.
Questionado sobre as denúncias de crimes na via, o delegado assistente do 57º DP destacou que as ocorrências foram fatos isolados e que a via não tem alto índice de crimes. O 21º Batalhão de Polícia Militar, responsável pelo patrulhamento da rua, não se pronunciou até o fechamento desta edição.
Muita tristeza dessa tragédia e de outras, temo muito pelos meus filhos, sobrinhos, amigos, e enfim todos jovens que tentaM levar uma vida digna.
Pelo “AMOR DE DEUS:” DEPUTADOS, PREFEITO, GOVERNADOR, PRESIDENTE DA REPÚBLICA: SEGURANÇA JÁ!