A maioria dos proprietários e inquilinos de imóveis localizados nas áreas onde serão construídas as futuras estações Orfanato e Água Rasa já sairam de suas residências e comércios, após serem notificados sobre a desapropriação dos terrenos pela Companhia do Metropolitano de São Paulo – Metrô. Os que permanecem nos locais, ainda não foram intimados a entregar o terreno. Em ambos os casos, muitos não concordam com o valor oferecido, que acreditam ser bastante inferior ao preço real de mercado, e entraram na Justiça para questionar a quantia das indenizações.
Por outro lado, o Governo do Estado, que ainda não definiu uma data para o processo licitatório, afirma que as obras de extensão da Linha 2 – Verde na região começam até o final deste ano.
Para a construção da estação Orfanato, o Metrô determinou a desapropriação de uma área de
Já na rua do Orfanato, mesmo quem está deixando a residência, afirma que irá lutar por uma indenização mais justa, como é o caso da aposentada Mercedes Cai, residente da via há mais de 45 anos. “Me deram um prazo para sair até 25 de setembro, mas vou embora ainda neste mês. Com a ajuda dos meus filhos consegui outro lugar para morar na região, porque se dependesse apenas da oferta do Metrô não conseguiria nada. Meu imóvel tem
Na região onde será construída a estação Água Rasa o cenário é de abandono. Nos cerca de 16 mil m² entre as ruas São Maximiano, Gopiara, Caxiuma e parte da avenida Adutora do Rio Claro a maioria das residências e comércios está fechada e vazia. Quem permanece no local afirma que sairá em breve. “Ainda não recebi um prazo, mas tive que correr atrás e me agilizar. Estou transferindo a loja para o outro lado da avenida e assim que terminar a mudança fecho as portas neste imóvel. Sei que teria direito a uma indenização por conta do ponto comercial, mas, além de demorar muitos anos para receber algum valor, a briga é com ‘cachorro grande’, o Metrô. O que mais quero é seguir a vida e correr atrás do dinheiro através do meu trabalho”, afirmou o comerciante de peças automotivas, Robson Sampaio.
A situação também atrapalha inquilinos de imóveis residenciais. Eles não são contemplados com indenizações e precisam deixar as casas. “Moro no local há mais de cinco anos e, mesmo sem vencer o contrato, terei que sair. Foi muito difícil encontrar outro lugar na redondeza com valor acessível. Sou aposentado e moro com minha esposa e, por causa do anúncio da obra do Metrô, os preços na região aumentaram. Sou um dos únicos que ainda permanecem por aqui e a sensação é de que vivo em uma área fantasma”, contou o morador da avenida Adutora do Rio Claro, Carlos Silva.
Licitação
Apesar da versão oficial do Metrô e do Governo do Estado ainda ser de que os trabalhos da primeira etapa da extensão da Linha 2 – Verde começam neste ano, a licitação para o projeto executivo e das obras civil e via permanente ainda não saiu do papel. O primeiro prazo previsto para o envio das propostas para o trecho era maio, entretanto, alegando pouco tempo para os consórcios concorrentes analisarem os serviços necessários, o Metrô prorrogou a licitação para junho, que também foi cancelada. Questionada nesta semana, a assessoria de imprensa da Companhia do Metropolitano informou que ainda não há data prevista para a realização do processo licitatório.
A extensão da Linha 2 – Verde ligará a Vila Prudente à Via Dutra, na divisa com a cidade de Guarulhos. O novo trecho será construído de forma subterrânea, com