Calçada de hospital estreita e com obstáculos dificulta passagem de pedestres

A reclamação é antiga e atinge um grande número de pessoas, mas não surte efeito. A calçada da rua José Jeraissati, que atende o hospital estadual de Vila Alpina, tem apenas 1,5 metro de largura e seu espaço fica ainda mais estreito por causa das dezenas de árvores e cinco postes de luz que atrapalham o caminho de pacientes da unidade médica e demais pedestres. Tal situação também impossibilita a passagem de cadeirantes, outras pessoas com problemas de locomoção e mães com carrinhos de bebês. Embora seja na porta de um hospital, a calçada ainda  acaba gerando perigo, já que a via tem tráfego intenso de veículos e muitas pessoas acabam circulando pelo meio da rua.

“Passo por aqui diariamente e é muito complicado. Você tem que desviar das árvores e dos postes e a passagem é estreita demais. Quando trago minha mãe ao médico vejo a dificuldade encontrada pelas pessoas de mais idade para andar pelo passeio. O hospital poderia aumentar a calçada, já que no interior da unidade existe um bom espaço. Basta boa vontade!”, comenta o ajudante geral Rodrigo Correia Alves.

Até mesmo os funcionários do hospital criticam a situação. “É um absurdo. Estamos falando de um equipamento público, que tem como princípio ajudar a população. Não tem como você ter uma calçada dessas em lugar algum, principalmente em um hospital. O que acontece é que a entrada do hospital foi feita de forma errada, deveria ter sido construída na avenida Francisco Falconi, que conta com um passeio maior. Chama atenção ainda que no lado de dentro da unidade existe um corredor largo. A solução seria simples: diminuir esta área, recuando o muro com a grade, e aumentando o espaço da calçada”, destaca um funcionário que prefere não se identificar.

O fato de a calçada ser muito estreita ainda gera outro problema que gera muitas reclamações: o ponto de ônibus localizado em frente ao hospital não possui espaço suficiente para ter abrigo. “Andar por aqui é complicado mesmo. Tenho três crianças e dificulta ter tantas árvores no caminho. Essa calçada devia ser alargada até para que seja construído uma cobertura na parada de ônibus. Já tive que me proteger, com meus filhos, embaixo do orelhão em dias de chuva. Essa situação tem que ser resolvida”, ressalta a dona de casa Aline dos Santos.

A Folha já questionou várias vezes a São Paulo Transportes (SPTrans) sobre o ponto de ônibus e a resposta é sempre a mesma: a dimensão da calçada não permite a instalação de um equipamento mais moderno.

Secretaria repassa problema para Prefeitura e Eletropaulo

Questionada sobre a estreita calçada do Hospital de Vila Alpina, a Subprefeitura de Vila Prudente informou que o passeio obedece aos padrões estabelecidos por lei, já que possui mais do que o 1,20 metro de largura exigido, e que o órgão não vê possibilidade de ampliação, salvo se a comunidade tratar tal assunto junto à direção do hospital, que é estadual.

A Folha indagou por mais de 10 dias a Secretaria de Estado da Saúde e o Serviço Social da Construção Civil do Estado de São Paulo (Seconci-SP), que é responsável pela gestão do hospital, e apenas na tarde de anteontem, dia 23, recebeu um posicionamento sobre o caso. A Secretaria afirmou que a largura da calçada atende a legislação municipal, no entanto, o espaço é diminuído “devido à presença de árvores e postes de energia elétrica”. Foi ressaltado que, “para a realização das adequações necessárias, a administração do hospital irá contatar a Prefeitura sobre a possibilidade de remanejar as árvores, bem como a concessionária AES Eletropaulo para que seja feito o mesmo com os postes que estão no local”.

A partir da resposta da Secretaria, o jornal também questionou a Subprefeitura de Vila Prudente e a AES Eletropaulo e publicará o posicionamento dos órgãos quando obtiver retorno.