A falta de repasse de doses da vacina contra a raiva animal por parte do Ministério da Saúde fez com que a Prefeitura de São Paulo e de outros 852 municípios do Brasil adiassem a campanha de vacinação que tradicionalmente acontece no mês de agosto. A situação não tem previsão para ser resolvida.
A assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde destacou que o órgão foi informado pelo Ministério da Saúde de que haveria dificuldade no repasse, sendo assim, o Centro de Controle de Zoonoses do Município não tem como determinar prazo para o início da vacinação antirrábica.
Em nota à imprensa, o Ministério da Saúde alega que o laboratório fornecedor da vacina não conseguiu atender a demanda e, por isso, foi necessário alterar o cronograma de entrega do produto. Questionado pela reportagem, o Ministério não informou até o fechamento desta matéria qualquer tipo de previsão para o repasse das doses da vacina para São Paulo.
A raiva é uma doença infecciosa causada por vírus que ataca os nervos periféricos de animais e seres humanos. O vírus se instala no sistema nervoso central e nas glândulas salivares, onde se multiplica.
População reclama
Donos de cães e gatos criticam o poder público. “A campanha de vacinação sempre foi em agosto. É muita falta de planejamento não ter as doses para distribuir às cidades. Agora nos resta procurar um veterinário e pagar pela aplicação. Não dá para esperar para vacinar. Meu gato é um membro da família, não vou arriscar”, afirma a moradora da Vila Ema, Fernanda Albuquerque.
Neusa Nacandacare, dona do labrador Duty, também não quer esperar a ação do governo. “Estranhei que não teve divulgação. É um absurdo não saberem quando vai acontecer uma campanha que sempre participei. Como não quero arriscar a saúde do meu animal, vou procurar o veterinário e pagar pela vacinação”, ressaltou.
A moradora do Jardim Independência, Elisabete Bugatti, vai deixar seu cachorro Toy sem a vacina. “Não tenho como arcar com mais esse gasto. O meu cão depende da campanha para ser vacinado. Agora só resta esperar pela definição da nova data”, se queixa Elisabete.