Instalada na Vila Prudente desde 1955, a loja Kobayashi Foto está prestes a encerrar as atividades. Referência na prestação de serviços fotográficos na região, a família Kobayashi conclui um ciclo de muito trabalho e empenho iniciado pelo japonês Isamu, e que prosseguiu com a colaboração de seus filhos Emilia, Dulce, Rosemery e Wilson e do genro Hélio, além dos funcionários.
A história começou quando Isamu Kobayashi, com sete anos de idade, chegou do Japão. O destino inicial foi Presidente Prudente. No interior, ele trabalhou na roça e, aos 20 anos, em busca de melhores oportunidades, resolveu migrar para a capital, onde arranjou emprego em uma loja do ramo de fotografias na Praça da Sé. Surgiu então a paixão por fotos.
Em 1955, Kobayashi abriu a primeira loja na esquina das ruas Capitão Pacheco e Chaves e Cervantes, na Vila Prudente, e, sempre com muita simpatia e profissionalismo, começou a ganhar os primeiros clientes.
Com o aumento da procura pelos seus serviços, em 1957, a loja foi transferida para um imóvel maior na avenida Paes de Barros, 3492, permanecendo no local por cerca de 50 anos. Em 1966, a fim de expandir os negócios, Kobayashi inaugurou mais uma unidade, em prédio próprio, na rua do Orfanato, 369, onde funciona até hoje.
Em São Paulo, Kobayashi conheceu Helena Hisaio, com quem casou e teve os quatro filhos. “Sempre ajudamos meu pai com as lojas. Ele nunca soube falar o português muito bem, mas foi um autodidata. Aprendeu tudo sozinho, com o próprio esforço. Graças a Deus, ele sempre contou também com empregados fiéis, que o ajudaram nessa trajetória. Ele foi muito talentoso e conseguiu vencer na vida. A missão dos filhos foi a de apoiar e colaborar. O que somos hoje é fruto do empenho dele”, declarou a filha Dulce.
Desde 2007, com o falecimento de Kobayashi, a loja foi administrada diretamente pelas irmãs Emília e Dulce, mas, com o avanço da tecnologia e do aperfeiçoamento das máquinas digitais, a revelação de fotos – o carro chefe do negócio – passou a enfraquecer. “Com a diminuição da procura tivemos que parar com o laboratório e, com isso, chegou num ponto que não compensa mais ficarmos abertos. Estamos finalizando alguns trabalhos e, assim que concluirmos, fecharemos as portas”, contou Dulce. “Agradecemos a confiança depositada em todos estes anos. Não conquistamos apenas clientes, mas amigos, alguns até se tornaram da família”, agradecem as irmãs.