Diferente de outras temporadas de chuvas, quando as enchentes já começavam a atingir São Paulo no mês de novembro, seguindo assim até março, no final do ano passado e começo deste, as tempestades deram uma trégua. No entanto, nesta semana os paulistanos voltaram a ver as já conhecidas cenas de alagamentos pelas principais vias da cidade. A situação, como de costume, também ocorreu em algumas vias da região, principalmente nos cruzamentos da avenida Anhaia Mello.
Não é só com os alagamentos que os paulistanos sofrem nos períodos de chuvas. Outro problema já conhecido da população é que basta cair algumas gotas de água do céu que muitos semáforos da cidade param de funcionar. Somente na manhã da última quarta-feira, dia 15, 80 faróis de São Paulo estavam apagados ou no amarelo intermitente. E, apesar de a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) alegar que vem trabalhando fortemente na revitalização dos equipamentos, outro caso sempre vem à tona com as chuvas: a demora das equipes de manutenção em reparar o funcionamento dos aparelhos. Nesta semana, na região, a situação chamou a atenção no cruzamento da avenida Francisco Falconi com a rua Aracati-Mirim, na Vila Alpina, onde os semáforos ficaram cerca de 40 horas sem funcionar.
Na manhã do último dia
Na manhã do último dia 9, o deputado estadual Adriano Diogo (PT) esteve com o presidente da Folha Newton Zadra. O parlamentar marcou o encontro para denunciar que as obras da Linha 15 – Prata do monotrilho serão paralisadas no final deste ano. “Apenas o trecho entre as estações Vila Prudente e Oratório entrará em operação, o restante do trajeto do transporte ficará desativado enquanto o Governo do Estado e o Metrô não definirem a desapropriação do percurso que ligará a junção das avenidas Ragueb Chohfi e Bento Guelfi à avenida dos Metalúrgicos, na Cidade Tiradentes”, destacou Diogo.
Há mais de três anos a Folha vem cobrando a Secretaria Municipal de Coordenação das Subprefeituras sobre o péssimo estado do asfalto da avenida Anhaia Mello. Como resposta, o órgão sempre informava que o recapeamento da via só seria possível após o término das obras da Linha 15 – Prata do monotrilho no local. Com a proximidade da inauguração do transporte entre as estações Vila Prudente e Oratório, que deve ocorrer em março, o jornal indagou à Subprefeitura de Vila Prudente nesta semana, se o asfalto receberia o serviço no trecho em questão daqui a dois meses, data em que as obras se encerrariam. Para surpresa da reportagem, pela primeira vez nesses três anos de cobranças, foi informado que, na verdade, o recapeamento da via seria feito pela Companhia do Metropolitano de São Paulo – Metrô, que assumiu essa responsabilidade na assinatura de contrato do monotrilho.
Na manhã da quarta-feira, dia 15, um homem de 22 anos acabou falecendo após ser baleado por policiais militares durante uma troca de tiros na rua Orlando Calixto, no Parque São Lucas. O rapaz, junto com um comparsa, realizava arrastões em pontos de ônibus da região quando foi surpreendido pelos pms. O outro assaltante também foi atingido, mas sobreviveu e foi preso.
Os “rolezinhos’, surgidos em dezembro último, como alternativa à repressão aos “bailes” que os jovens realizavam nas ruas da periferia paulistana, podem, agora, ser apossados pelos desordeiros que, meses atrás, tomaram de assalto as manifestações populares pacíficas e as transformaram em atos de barbárie. Tanto que a própria presidente Dilma Rousseff já se interessou pelo assunto. E tem de se interessar, mesmo! Não pode deixar que, pela ausência da autoridade, a ordem pública seja colocada abaixo e a sociedade, mais uma vez, sofra os prejuízos.