Na tarde da segunda-feira, dia 11, aconteceram no Círculo de Trabalhadores Cristãos de Vila Prudente duas reuniões entre o deputado estadual Adriano Diogo (PT) e a vereadora Juliana Cardoso (PT) e representantes da comunidade. O objetivo foi discutir alternativas para implantação de parques públicos na Mooca e na Vila Ema.
Na primeira discussão a pauta foi o terreno de 100 mil m² na rua Barão de Monte Santo, confluência com as ruas Vitoantonio Del Vechio e Dianópolis, que por mais de 50 anos abrigou uma distribuidora de combustíveis da Esso Brasil. Esta é a última grande área disponível na região da Mooca para a criação de um parque público.
Foram recordadas as ações realizadas até o momento, como a carta reivindicatória encaminhada aos 55 vereadores, e discutidos os próximos passos. Além de um ato público que ainda em organização, serão encaminhadas cartas ao Ministério Público e à Secretaria Municipal de Licenciamento comunicando a indisponibilidade do terreno para abrigar um empreendimento imobiliário. A justificativa apresentada no documento será a contaminação do espaço. “Essa carta arquivada no processo que tramita na Prefeitura pode ser um obstáculo para possíveis aprovações de projetos imobiliários”, afirmou o deputado, que já ocupou o cargo de secretário do Verde e Meio Ambiente na gestão da prefeita Marta Suplicy (PT).
Em entrevista à Folha em agosto deste ano, o deputado explicou que segundo relatório de julho da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), o espaço não pode receber construções fechadas devido à concentração de benzeno que ainda permanece no terreno. O laudo afirma ainda que “não há risco para inalação em ambientes abertos”, o que poderia liberar a área para implantação de um parque, por exemplo.
Vila Ema
A segunda discussão foi em relação à informação obtida pelo movimento Viva o Parque Vila Ema de que os R$ 11 milhões garantidos pelo secretário do Verde e Meio Ambiente, Ricardo Teixeira, ainda não teriam sido reservados para a desapropriação do terreno. No dia 3 de outubro, em entrevista à Folha, o secretário afirmou que o valor já havia sido depositado para reservar para parque a área de 17 mil m² que fica na avenida Vila Ema, 1523.
“Fomos pegos de surpresa. Achávamos que estava tudo praticamente resolvido, mas, de repente, descobrimos que a afirmação do secretário não foi verdadeira. Nenhum valor foi depositado para garantir a desapropriação”, declarou o jornalista André Kuchar, que integra o movimento Viva o Parque Vila Ema. A Folha buscou nesta semana um posicionamento do secretário, mas apesar de encaminhar e-mail e cobrar a assessoria via telefone, até o fechamento da edição não obteve retorno.
A comissão presente na reunião definiu que buscaria informações sobre a possibilidade de projetos imobiliários já terem sido aprovados para o espaço. No dia seguinte à reunião membros do movimento estiveram na Secretaria de Licenciamentos e, após ampla pesquisa, levantaram que não há nenhuma planta aprovada para o local. “Houve algumas tentativas de aprovação, mas foram indeferidas”, finalizou André Kuchar.