Residências, comércios e até escolas localizadas nas proximidades da obra da estação Vila Prudente do monotrilho ficaram uma semana com o abastecimento de água prejudicado. Desde o dia 21 até a última segunda-feira, dia 28, o fornecimento era interrompido pela manhã voltando ao normal apenas no final da noite. De acordo com a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) o problema foi causado por um rompimento na tubulação da rua Ibitirama com a avenida Anhaia Mello em função dos trabalhos de construção da Linha 15-Prata.
“É um absurdo o que ocorreu. Nós pagamos pelo serviço e não podemos ficar sem. Gastei mais de R$ 20 comprando água para beber, lavar o arroz e fazer o café. Prejudicou muito os afazeres da casa. A louça e as roupas ficaram acumuladas. Tivemos que nos adaptar e fazer muitas coisas apenas durante a noite, quando voltava a água”, declarou a moradora da rua Cavour, Miriam Misdalvo Gaviolli.
Quem também foi prejudicado com a falha no abastecimento foi o proprietário de um bar na rua Cavour. “Como trabalho durante o dia não ajudou em nada a água vir apenas à noite. Copos, talheres e pratos ficaram acumulados, sem lavar. Quase não consegui atender direito os meus clientes por falta de louças limpas. Isso não pode acontecer, já que pagamos de forma correta pelo serviço”, afirmou José Alberto.
A mãe de uma aluna da escola localizada na rua Carlos Muller contou que a filha ficou sem tomar banho na unidade durante toda a semana passada por causa da falta de água. “A escola mandou um bilhete que minha filha não havia tomado banho. Questionei e me disseram que a região estava com o problema. A escola precisou comprar galões para as crianças beberem. Uma escola não pode ficar sem abastecimento”, declarou a mãe.
A Sabesp informou anteontem que o problema na tubulação já foi sanado e o fornecimento normalizado.
A assessoria de imprensa do Metrô justificou que, para a implantação dos pilares do transporte, foi preciso remanejar uma rede de abastecimento que, posteriormente, apresentou vazamento. No entanto, segundo a assessoria, todos os reparos já foram realizados e aprovados pela Sabesp.
Sou moradora do bairro da Vila Alpina e, infelizmente a população ainda não percebeu que a maior dificuldade não está relacionada à prestação de serviços da Sabesp que também prejudica o consumo mas, que a realidade mostra as condições da “necessidade humana” em fazer uso de um bem natural que perdeu o seu verdadeiro valor com a escassez de água.