Em abril, mães de alunos da escola municipal de educação infantil (EMEI) Maria Luiza Moretti Gentile, na rua Jacaraípe, na Vila Prudente, procuraram a Folha para denunciar a situação da unidade. O imóvel apresentava rachaduras há mais de um ano por conta de problemas estruturais no barranco situado no fundo do terreno, o que provocou a interdição da sala de leitura. Na ocasião, a reportagem questionou a Secretaria Municipal de Educação, que confirmou a situação, mas destacou que a reforma do local estava em análise e que as crianças não corriam riscos. No entanto, passados cinco meses sem o início de qualquer obra no local, a escola foi interditada na semana passada pela Subprefeitura de Vila Prudente/Sapopemba, a pedido da Defesa Civil. A alegação é que existe risco de desabamento. Os alunos estão em casa, porque a Secretaria não fez a transferência para outras unidades.
“Na ocasião da matéria questionamos a diretoria sobre o caso e fomos informados que a situação estava normalizada. Mas, no último dia 4 meu filho chegou em casa com um bilhete avisando que a escola tinha sido interditada e as aulas suspensas. Uma semana já se passou e até agora, nenhuma solução para as crianças foi encontrada”, explica o pai de um aluno que preferiu não se identificar.
Uma mãe, que conversou com a Folha em abril, voltou a entrar em contato com o jornal, indignada com a situação. “É um absurdo o que fizeram com as nossas crianças. E se nesses cinco meses a escola desaba? Quem ia confortar a perda de um filho? Um órgão público não pode ter pessoas tão irresponsáveis no seu comando. Em abril garantiram aos pais que não tinha problema, mas então qual o motivo da Subprefeitura interditar agora? Sem falar que, na época, ainda reclamaram das mães que fizeram a denúncia. Tiveram cinco meses para começar uma obra emergencial e nem isso foi feito”, comenta.
A mãe também se mostrou revoltada com a posição da Secretaria depois da interdição. “Mandaram uma carta informando o cancelamento das aulas e não deram satisfação sobre o que será feito com as crianças. Os pais se reuniram, correram atrás, mas ainda continuam sem um posicionamento. Primeiro falaram que os alunos seriam distribuídos em outras unidades provisoriamente, porém, nem isso foi feito. Muitas mães estão perdendo dias de trabalho por não terem com quem deixar o filho”, completou.
A Subprefeitura de Vila Prudente/Sapopemba informou que a pedido da Defesa Civil, vistoriou a EMEI no último dia 4 e que foi constatada a falta de condições de estabilidade em parte do imóvel, motivo pelo qual foi lavrado Auto de Interdição Parcial número 081/2013. Foi ressaltado ainda que o órgão comunicou a Secretaria de Educação para que as devidas providências fossem tomadas.
Já a Secretaria Municipal de Educação destacou que “empenhou recursos para a reforma da EMEI, anterior à interdição, e que as obras previstas ainda para o mês de setembro poderão acontecer sem prejuízo no atendimento escolar, desde que a liberação seja julgada procedente pelos órgãos responsáveis”. Foi ressaltado ainda que “o motivo da atual interdição são trincas envolvendo algumas placas do piso em frente à sala da secretaria da EMEI e em algumas placas em direção ao refeitório, surgidas devido à movimentação do solo”. Para finalizar o órgão informou que “a Diretoria Regional de Educação Ipiranga aguarda novo laudo para retomada das aulas na unidade ou para adequar os alunos em espaços que já estão sendo localizados no entorno da escola. E que todo o processo será informado às famílias”.
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