No começo de março a Folha fez matéria relatando a situação do terreno onde estão localizadas as torres da AES Eletropaulo, entre as ruas Agostinho Lattari e Dianópolis, na Mooca. Parte da terra da área estava cedendo com as chuvas do início do ano gerando risco de desabamento. Na ocasião, a companhia de energia informou que estudos no local constataram a ocorrência de pequenos deslizamentos e que seriam realizadas obras para minimizar esses impactos no terreno. Entretanto, passados quatro meses, nada de efetivo foi feito no espaço.
“Funcionários de uma empresa contratada pela Eletropaulo vieram aqui logo após que saiu a matéria. Porém, eles apenas colocaram plásticos cobrindo os trechos com maior deslizamento e foram embora. Ninguém voltou ao terreno depois disso. A situação permanece a mesma”, comenta a moradora da Agostinho Lattari, Cristina Moreli Vieira.
Já o empresário Sérgio Ritori Filho, que reside em um dos condomínios localizados em frente ao terreno da Eletropaulo, relata que de março para cá ocorreram novos deslizamentos. “Até mesmo parte dos plásticos que foram colocados já rolaram ribanceira abaixo. Com as chuvas de final de junho e início de julho a terra voltou a se mover. A Eletropaulo fala que está fazendo um estudo para conter estes deslizamentos, mas logo chega o verão e a chuva volta com força. Temos medo que as casas da Agostinho Lattari desabem em cima dos prédios”, destaca Filho.
Outro morador da Dianópolis ressalta que teme que o pior aconteça ainda este ano. “Não vão fazer uma obra de contenção da noite para o dia e a terra cada vez cede mais. Basta chover para o medo assolar toda vizinhança. Já estamos em julho e até agora nada foi feito. Faltam pouco mais de cinco meses para o início das chuvas de verão. E é só olhar as rachaduras nas residências para perceber que a qualquer hora tudo vai desabar”, completa Jair Honorato Dias.
A reportagem voltou a questionar a AES Eletropaulo sobre o caso, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.