Durante os temporais que vem desabando sobre a cidade, com sorte, o motorista consegue escapar dos alagamentos e quedas de árvores, mas, depois da chuva, certamente se tornará mais uma vítima do caos provocado pelos semáforos em pane, que nos últimos anos viraram rotina na cidade. Na manhã da segunda-feira, primeiro dia útil após a tempestade da noite do sábado, dia 9, eram quase 150 equipamentos apagados ou em amarelo piscante em São Paulo. Na região, a lista de pontos com problemas também era grande, incluindo o carregado cruzamento das avenidas Salim Farah Maluf e Vila Ema, que ficou cerca de 65 horas com semáforos inoperantes. No entanto, neste trecho, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) teve a preocupação de fazer bloqueios e colocar agentes de trânsito na maior parte do tempo. Situação bem diferente do perigoso cruzamento da avenida Paes de Barros com a rua Capitão Pacheco e Chaves que ficou no amarelo piscante até o final da tarde da quarta-feira, mas, somente depois de cobranças junto ao órgão de trânsito, os agentes surgiram na terça-feira.
Na Salim com a Vila Ema, a opção da CET ao longo de todo o domingo, dia 10, foi interditar o cruzamento. A partir da manhã da segunda-feira, dia 11, agentes de trânsito passaram a controlar o intenso fluxo do trecho. A situação permaneceu assim até o final da manhã do dia seguinte. No entanto, quem passou pelo local na noite da segunda-feira reclamou que precisou se aventurar para cruzar, já que não havia agentes nem bloqueios.
Situação que motoristas e pedestres enfrentaram por cerca de 60 horas no cruzamento da avenida Paes de Barros com a Pacheco e Chaves – que tem em seu histórico mortes por atropelamentos e graves batidas de veículos, incluindo ônibus. O trecho ficou ignorado pelas autoridades até a terça-feira, quando os agentes de trânsito passaram a auxiliar a travessia. Ainda na tarde da segunda-feira, uma blitz da polícia militar na praça Padre Damião, a poucos metros do local, causou indignação em muitos motoristas que acreditavam que os policiais teriam mais utilidade no cruzamento naquele momento. Questionado, o 21º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano respondeu que compete a PM “fiscalizar o trânsito em todas as suas variações, como exemplo: auxiliar no fluxo de tráfego, prevenção de acidentes, educação de trânsito, fiscalização de eventuais infratores e também auxiliar no tráfego, em caso de intempéries”. No entanto, o Batalhão ressaltou que “na ocorrência supracitada, não fomos acionados para auxiliar na demanda de tráfego, o que poderia ser efetuado por nós, sem nenhum ônus operacional”. A CET não explicou porque deixou o cruzamento abandonado por dois dias.
Comerciantes do trecho contam que presenciaram pelo menos um atropelamento e também viram batidas de veículos. “Mesmo após a CET mandar os agentes, a confusão continuou porque eles ficaram no local somente até o início da noite da terça, depois deixaram os motoristas e pedestres por conta própria. Nem se preocuparam em interditar. Se estava difícil para cruzar dentro de um carro, imagina a pé?”, reclama a funcionária de um dos comércios.
Outros pontos
A falha dos semáforos no cruzamento da rua Américo Vespucci com a avenida Anhaia Mello também provocou grandes transtornos para o trânsito, principalmente porque ora a CET manteve agentes garantindo a travessia, ora simplesmente bloqueou o ponto pegando muitos motoristas de surpresa. Agentes de trânsito nas imediações chegaram a afirmar que o cruzamento ficaria fechado para as obras do monotrilho, fato que a CET negou depois, mas, não explicou porque não manteve os agentes no local ao longo do dia visto que é um dos mais importante cruzamentos da região.
“Como a chuva aconteceu no sábado e no domingo alguns semáforos tinham sido arrumados, pensei que na segunda tudo estaria em ordem. Grande engano. Segui meu caminho normal, mas como a maioria dos faróis da avenida estavam desligados, todo mundo desembocou na rua Ibitirama, onde funcionavam. Mas, demorei meia hora para atravessar a Anhaia Mello. Fora que na volta a Américo Vespucci estava fechada e tive que fazer um desvio enorme. É vergonhosa tal situação em uma cidade como São Paulo. A qualquer sinal de chuva, esse semáforos dão pane”, destaca a vendedora Kamilla Dias Leme, que reside no São Lucas e trabalha na Mooca.
Um exemplo de semáforo que chove e apaga é o da rua José Zappi, altura do número 120, que conta com faixa de pedestres e é o principal ponto de travessia para os alunos do Colégio João XXIII. No mês passado, após o temporal de 18 de fevereiro, o equipamento somou mais de uma semana apagado. O problema voltou com a tempestade do último sábado e até ontem, a CET não havia aparecido no local. Questionado, o órgão de trânsito não se manifestou sobre a demora para fazer o conserto.
Os semáforos ficaram desativados durante muitos dias, quando as fortes chuvas atingiram São Paulo, mas o engraçado é que os radares da região não param de funcionar e continuam aplicando multas…porque não utilizam a mesma tecnologia nos semáforo………