Ele é professor de Física na Escola Estadual José Heitor Carusi, no Parque da Mooca, mas, quando chega o período natalino, a rotina de Paulo Bier, 48 anos, se transforma completamente. Há mais de uma década o morador da Mooca passa as últimas semanas do ano como Papai Noel.
Após deixar a escola, onde leciona no período da manhã, ele passa outras sete horas do dia como o bom velhinho no shopping Frei Caneca, na região central da cidade. Às 13h45, de segunda a sábado, ele já está sentando em seu trono recebendo a criançada. A jornada termina apenas às 20h45 (domingo das 14 às 19h45). Nesta véspera de Natal trabalhará das 10 às 17h45. “Acredito no Papai Noel. Sei que ele existe e valorizo muito este mito. É maravilhosa esta magia do Natal e é muito importante manter este espírito entre as crianças não só nessa época, mas, o ano todo. Por isso deixo o cansaço de lado e me dedico muito”, declarou Paulo durante a visita que a equipe da Folha fez ao ambiente em que recebe a criançada no shopping.
Além do carisma necessário para ser “Papai Noel”, o que mais chama atenção em sua caracterização é a originalidade. Sua pele e olhos claros e a barba verdadeira se tornam grandes diferenciais. “Para ter uma ideia, quando estou sem barba nenhuma, começo a deixar a crescer no final de fevereiro. Quando chega outubro, começo a descolorir. É um processo demorado, trabalhoso, mas, bastante prazeroso no final”, explica Paulo.
O visual repercute bastante. “Por onde ando, mesmo sem a roupa vermelha, me chamam de Papai Noel. Na escola vários alunos pedem boas notas como presente de final do ano”, brinca.
Embora a missão seja transmitir alegria, Paulo revela que já se emocionou com os pedidos de algumas crianças. “Certa vez um menino pequeno, com cerca de seis ou sete anos, sentou no meu colo e pediu para eu dar um emprego para o pai dele de presente. Por dentro tive uma mistura de sentimentos, mas, com a minha experiência, consegui reverter a situação e dizer que as coisas iriam melhorar no próximo ano e que eu faria o possível para ajudar”, lembrou Paulo.
Ele conta ainda que apesar de vivermos na era da tecnologia, os tradicionais brinquedos, como bolas, bonecas e bicicletas, continuam entre os mais pedidos. “Além disso, há bastante mulheres que discretamente pedem maridos e namorados no meu ouvido”, revela.
O início
O professor de Física passou a viver o bom velhinho há 12 anos. “No início não tinha muitas pretensões, mas, na escola que eu lecionava na época, na zona sul, havia um curso de atores e uma agência procurava pessoas com perfil de Papai Noel. Resolvi me inscrever e comecei a frequentar algumas aulas. Meu perfil, pele branca, olhos azuis e barba, chamaram atenção e se enquadraram no que estavam procurando”, lembra Paulo. Desde então, tornou-se tradição, nesta época do ano, dividir as salas de aula com o personagem. Para ele, interpretar o Papai Noel, não é apenas sentar em um banco e entregar balas e doces, mas, saber conversar com as pessoas, receber os pedidos com cordialidade e respeitar as diferenças.
😆 AE PAULÃO! professor d física mais gente boa! HAHAHA
😆
Parabéns Professor, este ano de 2012 tive o prazer de aprender física esse ano!!
é uma pena, pois me formei, porém levarei seus ensinamentos pro resto da vida!
Parabéns,
BOAS FESTAS! FELICIDADES!