A notícia do encerramento das atividades dos Centros de Educação Infantil (CEIs) Nossa Senhora do Carmo, que fica na rua Maria Tavares, Vila Alpina, e da Mary Anne, na rua Joaquim Pereira Pinto, no Jardim Avelino, caiu como uma bomba para os pais das crianças atendidas nas unidades. A Diretoria Regional de Educação (DRE) Ipiranga confirmou que o convênio com o Centro de Assistência Social e Promoção de Vila Alpina (Casp), entidade que mantém as duas creches, será encerrado no dia 31 de dezembro por problemas de documentação.
O anúncio causou preocupação e revolta aos pais, que não se conformam com a situação. “Isso não tem cabimento. O número de creches na cidade já é insuficiente e, agora, vão fechar duas unidades que são ótimas”, reclama a dona de casa Maria Campos, que é avó de uma menina de três anos atendida na unidade Nossa Senhora do Carmo. “O nosso maior receio é transferirem minha neta para um lugar longe, onde não terei como levar e buscar. A mãe dela precisa trabalhar e não sabemos como iremos fazer. Sem falar que a menina está totalmente adaptada na atual creche e não sabemos o que ela vai encontrar em outro lugar”, completou.
Quem também está bastante preocupada é a mãe Amanda Talassi Mendes, que afirma ter escolhido a creche Nossa Senhora do Carmo para deixar seu filho após uma avaliação rigorosa em unidades da região. “Demorei tanto para achar um lugar seguro, confiável e bem estruturado e agora querem fechar. Tenho muita segurança em deixar meu filho nesta creche. É uma unidade ampla, com salas espaçosas e arejadas, refeitório, parque coberto, brinquedoteca, sala de vídeo, entre outros equipamentos. Será um grande desperdício”, afirmou Amanda. “Outra preocupação é com a possível superlotação em outras creches”, completou.
A agonia é ainda maior entre os pais que possuem mais de um filho nas unidades que serão fechadas. “Tenho duas gêmeas na Nossa Senhora do Carmo e não sei se irão colocar as duas no mesmo local. Se isso não acontecer, não sei como vou fazer. O horário de entrada e saída das creches é o mesmo. Como vou me dividir em dois? Minha mulher trabalha nesses horários e não teremos o que fazer”, declarou o pai João Cosmo Machado.
O mesmo dilema vive a mãe de um casal de gêmeos Cíntia Regina Ferreira. “Hoje meus filhos têm 3 anos e estão aqui desde os quatro meses de vida. Estão muito bem adaptados, conhecem todos os funcionários e gostam muito de estar aqui. Imagine o choque que pode ser começar a frequentar outro lugar de repente? Além disso tenho medo deles serem divididos. Preciso trabalhar e não terei como levar e buscar os dois em lugares diferentes e no mesmo horário”, contou Cíntia.
Quem também está entristecido com o fechamento dos dois equipamentos é Ronaldo Siqueira, que é pai de um menino de seis anos que frequentou durante quatro anos a creche Mary Anne. “Só tenho que agradecer o que fizeram pelo meu filho. Ele saiu da creche praticamente alfabetizado há dois anos. Hoje ele lê gibis para mim. É muito triste saber que irão fechar. Fico com o coração apertado. Se eu tiver outro filho e a creche estiver aberta é o primeiro lugar que vou procurar para colocá-lo”, contou Siqueira.
Todas as mães e pais que a reportagem conversou na tarde da última quarta-feira, dia 28, alegaram que ainda não tinham sido procurados pela Prefeitura para as transferências de seus filhos.
Como forma de protesto, os pais das crianças organizaram uma manifestação que estava prevista para ocorrer nas primeiras horas da manhã de hoje, dia 30, entre as avenidas Anhaia Mello e Salim Farah Maluf.
Obrigado pela reportagem feita para comunicar esse descaso do fechamento das creches ” as crianças os pais ” estão pagando uma divida que nem era deles . E mais de 60 funcionários ficam sem emprego , também estão pagando o preço pela a divida sendo punidos pelo o desemprego.