Com as intensas chuvas dos últimos dias, os motoristas que circulam pela avenida Anhaia Mello devem ficar atentos na hora de frear o veículo. Além do estreitamento de faixas, intervenções viárias e danificações no asfalto, parte da terra da obra do monotrilho no canteiro central está sendo levada pela água para as pistas, que ficam mais escorregadias.
“Se você precisar dar uma freada mais brusca não vai conseguir, principalmente na faixa da esquerda, onde tem muita terra vinda da obra. Acho que devia ter uma proteção maior no canteiro para evitar que essa sujeira venha parar na pista”, comenta o motorista Fábio dos Santos Teixeira, que trafega pela avenida diariamente.
Para o farmacêutico Bruno Queiroz Neto, está cada dia mais difícil andar pela Anhaia Mello. “Você sai do viaduto perto da junção com a Salim Farah Maluf e fica espremido na esquerda até que alguém te de passagem. E, para piorar, a pista fica suja quando chove. Já vi algumas batidas leves por causa de carros que não frearam e derrapam. O monotrilho irá trazer muitas melhorias, mas deviam fazer algo para diminuir o risco e os transtornos gerados para os motoristas”, ressaltou Neto.
A situação é ainda mais perigosa para os motociclistas – no último dia 15 um homem morreu na via após cair da moto e ser atropelado por um caminhão (leia abaixo). “Tem que andar com muita atenção na Anhaia Mello em dias de chuva. Além dos buracos, tem muita terra e barro. Qualquer descuido você vai para o chão e, como sempre tem trânsito, pode ser atropelado. Eu mesmo quase cai umas três vezes por conta desta sujeira na pista”, completa o motociclista Alfredo Duarte Bughi.
A Companhia do Metropolitano de São Paulo – Metrô, responsável pelo monotrilho, informou que “mantém fiscalização constante de suas obras e que as empreiteiras têm obrigação contratual de manter limpos os viários nos quais as obras são realizadas, para evitarem eventuais transtornos e inconvenientes a moradores, motoristas e transeuntes”. O Metrô ressaltou ainda que “após tomar conhecimento da reclamação, enviou uma equipe técnica ao local informado e não foram encontrados vestígios de terra durante as fortes chuvas ocorridas na terça-feira, dia
Para finalizar, a companhia informa que disponibiliza canais de relacionamento com a população específicos para o monotrilho, pelo telefone 3111-8553, no horário comercial, ou pelo site www.metro.sp.gov.br/fale conosco.
Número de acidentes fatais na via aumentou 300 %
No mês passado a Folha publicou matéria sobre os dados da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) que denunciavam o aumento do número de acidentes com vítimas fatais na avenida Anhaia Mello. De quatro casos em 2009 saltou para 17 no ano passado, fazendo com que a avenida pulasse para o sexto lugar entre as vias mais perigosas de São Paulo. Coincidentemente, ou não, o crescimento de acidentes seguidos de morte aconteceu justamente após o início das obras do monotrilho na Anhaia Mello, no final de novembro de 2009.
Em outra matéria também no mês passado, a reportagem relatou a morte do motociclista Wagner Freitas, de 32 anos. De acordo com o depoimento de outro motociclista que estava no local e também se envolveu no acidente, os dois vinham pela faixa da esquerda e quando foram desviar de uma carreta, acabaram escorregando na pista, que estava suja por causa das obras do monotrilho. Na queda, Freitas foi parar embaixo das rodas traseiras do caminhão e teve seu tronco esmagado. O caso, assim como o aumento de vítimas fatais na Anhaia Mello, ganhou destaque no jornal SBT Manhã da última segunda-feira, dia 4.
Na ocasião das matérias da Folha, o vereador Chico Macena (PT), que já foi presidente da CET, escreveu artigo para o jornal ressaltando que a chegada do Metrô e das obras do monotrilho precisam ser acompanhadas com mais rigor na fiscalização e na sinalização da Anhaia Mello, que teve mais de uma morte por mês em 2011.