Na manhã da quarta-feira, dia 14, o secretário de Estado de Desenvolvimento Social, Rodrigo Garcia, esteve no Círculo de Trabalhadores Cristãos de Vila Prudente e ministrou palestra sobre os programas sociais do governo estadual para a cidade. Cerca de 170 representantes de diversas entidades e lideranças comunitárias da região ouviram a explanação e no final, puderam fazer perguntas ao secretário. Depois do evento, Rodrigo Garcia conversou com a reportagem da Folha e confirmou que segue como pré-candidato à Prefeitura pelo partido Democratas (DEM).
Há 11 meses na Secretaria de Desenvolvimento Social, Rodrigo Garcia optou por abordar sobre dois novos programas da sua pasta. Um deles é o de combate à miséria, que o secretário definiu como “o primeiro no Brasil que efetivamente tem o objetivo de emancipar as famílias mais carentes”. “Outros programas, como o Bolsa Família ou o Renda Cidadã, destinam uma quantia mensal à família, mas, se fizer um levantamento fica constatado que a taxa de saída deste auxílio é muito pequena, porque não existe estímulo para pessoa deixar aquela situação. Ela fica dependente até mesmo porque, muitas vezes, o problema não está relacionado apenas à falta de renda, mas a uma série de outras privações, como o analfabetismo ou a falta de uma especificação”. Se forem estes os problemas, Garcia explicou que a família terá direito ao benefício mediante o compromisso do responsável pela casa se matricular em curso supletivo ou profissionalizante, também oferecidos pelo Estado. “Além da renda para a família sobreviver, cabe ao poder público dar condições para que daqui a dois ou três anos, essas pessoas possam caminhar sozinhas. Chamamos o programa de Bandeirante e o governador (Geraldo) Alckmin destaca que o objetivo é não deixar nenhum paulista para trás”.
De acordo com Garcia, apesar de ser o estado mais rico do Brasil, São Paulo ainda tem mais de 1 milhão de pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza. O programa está sendo implantado inicialmente nas 100 cidades paulistas mais pobres. A partir de maio será estendido para todo o interior e em 2013, à capital.
O Programa Estadual do Idoso, que será lançado no mês que vem, foi o outro destacado pelo secretário. Segundo dados levantados pela Secretaria, São Paulo conta hoje com quase 5 milhões de habitantes acima de 60 anos, dentro desse grupo, quase 900 mil pessoas são da chamada 4ª idade (acima de 80 anos). Na contramão, a taxa de nascimento é de -2% de crianças em comparação com a década de 80. “Essa tendência exige um novo planejamento do governo”, ressaltou Garcia, citando que programas já existentes estão sendo adaptados para esta nova situação. “O Viva Leite, por exemplo. Estava sobrando leite das crianças e faltando para os idosos. Por isso, estamos autorizando as entidades a repassarem parte da cota para os idosos de seus bairros”.
Uma das novidades será a criação dos Centros Dia do Idoso, que além de atividades de lazer, vai contar com cuidadores e outros especialistas. “Muitas famílias não têm com quem deixar os idosos durante o dia, enquanto os parentes estão trabalhando ou estudando. Então, muitas acabam optando pelo asilo. O objetivo do programa é oferecer uma nova alternativa para estas pessoas continuarem junto de seus familiares. Poderão passar o dia nos centros e retornar para casa à noite”, explicou o secretário. A expectativa é inaugurar 200 Centros Dia no estado e vão funcionar em parceria com as prefeituras. “Também vamos comprar micro-ônibus e distribuir para as prefeituras para criar condições de transporte dos idosos para os centros”, completou.
Na região, Rodrigo Garcia também visitou as obras do futuro Instituto Boas Novas, entidade assistencial ligada à Igreja Batista Boas Novas, com sede na Vila Zelina.
Rodrigo Garcia segue como pré-candidato à Prefeitura
Mesmo com a entrada do ex-governador José Serra no cenário da disputa pela Prefeitura de São Paulo – que se for efetivado como candidato do PSDB após as prévias do partido, deve atrair muitas coligações; Rodrigo Garcia afirma que continua pré-candidato pelo DEM. “Recebi o convite com muita alegria. Vivo em São Paulo desde a adolescência e entrei na vida pública muito jovem, então é um sonho natural ser prefeito”, comenta Garcia que é advogado, empresário e foi eleito deputado federal em 2010 com mais de 226 mil votos. Antes foi deputado estadual por três mandatos consecutivos e ocupou a presidência da Assembléia Legislativa entre 2005 a 2007. Em 2008, Rodrigo Garcia assumiu a Secretaria de Modernização, Gestão e Desburocratização da Prefeitura, cargo que ocupou até março de 2010.
Garcia afirmou que está disposto a discutir uma eventual coligação com o PSDB para as eleições de outubro, o que pode sacrificar sua candidatura. “O DEM e o PSDB fazem oposição ao PT em Brasília e aqui em São Paulo também existe o objetivo comum: não queremos que o partido volte à Prefeitura. Nestes 8 anos de governo Serra/(Gilberto) Kassab a cidade avançou num padrão muito melhor”, defende. “Mas, no DEM, ainda não discutimos se esse apoio ao PSDB poderá ser ainda no primeiro turno”.
Enquanto aguarda definição, Garcia pensa na plataforma de campanha. Melhorias da qualidade de vida e da mobilidade urbana estão entre as principais propostas. “É certo investir no metrô, mas só isso não resolve. Precisa cuidar também dos corredores e dos equipamentos, como os semáforos”, comenta. A coleta seletiva é outro tema que preocupa o pré-candidato. “O programa ainda é muito limitado e se não for resolvido, vai gerar um grande problema para as gerações futuras”.
Garcia também defende mais autonomia para as subprefeituras. “O subprefeito tem que ser um legítimo representante da administração municipal na região e a subprefeitura por sua vez tem que oferecer todos os serviços à população. Não pode acontecer do cidadão bater na porta da subprefeitura e ouvir que problema na educação não é lá, tentar resolver uma pendência no ISS e ser mandado para o centro da cidade”, defende.