A denúncia vem da vizinhança do ponto em que a tubulação fica exposta na superfície da avenida Sapopemba, entre a avenida Luis Ferreira da Silva e a rua Planeta, na Vila Diva. No trecho é possível ver sinais de ferrugem e até de vazamento nos canos. Moradores e comerciantes afirmam que a manutenção do equipamento não é feita há anos.
“Nunca vi ninguém da Sabesp por aqui fazendo reparos. Só deram as caras na inauguração do Parque Linear e quando grafitaram a tubulação. Aliás, acho que fizeram esses grafites justamente para esconder a situação da tubulação, que está velha, enferrujada e com vazamentos”, comenta Adilson Palma, que possui um bar na avenida Sapopemba.
O comerciante lembra que um eventual problema na adutora pode causar grandes e perigosos estragos. “Rompimentos de redes que são ligadas à adutora na Santa Clara, já ocorreram, destruindo o asfalto e alagando casas. E eram redes pequenas. Imagina o desastre que seria o estouro dessa enorme tubulação?”, ressalta Palma.
Quem também teme a situação é a moradora das proximidades, Gisele Criote Dias. “Olha o tamanho destes canos, imagina o que passa de água por ali. Se houver um rompimento, a força da água pode destruir o que encontrar pela frente. A Sabesp deveria abrir os olhos e fazer os reparos necessários”, explica Gisele. “A prova da falta de manutenção da área é que no final de 2008 fizeram os grafites no cano e construíram umas passagens para pedestres em cima da tubulação. Essas passagens já estão cheias de buracos e os grafites foram tomados pela ferrugem”.
De acordo com a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), a adutora do Rio Claro tem 77 quilômetros de extensão, sendo que 22 estão dentro da Capital, principalmente nas proximidades da avenida Sapopemba. As tubulações são responsáveis pelo abastecimento de mais de 1,5 milhão de pessoas.
Histórico de rompimentos
Em outubro de 2008, o rompimento de uma rede de encanamentos 400 mm, ligada à adutora, na rua Tapacoás, na Santa Clara, arrancou o asfalto de paralelepípedos da via, danificou residências, prejudicou o fornecimento de água na região por dois dias e deixou parte da rua interditada por mais de duas semanas.
Em janeiro de 2001 ocorreu acidente ainda mais grave. O estouro de uma subadutora da Rio Claro na rua Domingos Afonso, também na Santa Clara, abriu uma cratera de quatro metros de profundidade e dez de diâmetro na via. Além disso, carros foram arrastados, cerca de 90 casas foram alagadas e 16 pessoas ficaram feridas. Na época a Sabesp informou que o tubo que se rompeu tinha 30 anos de existência.
Sobre os atuais problemas constatados na adutora, a reportagem questionou a Sabesp na segunda-feira, dia 12, e na tarde da quarta-feira, a Superintendência de Comunicação da Companhia respondeu que técnicos estiveram na própria quarta-feira no trecho citado para executar serviços de manutenção. Foi detectado o vazamento provocado pela dilatação das juntas da adutora. De acordo com a nota, a conclusão dos reparos estava prevista para ontem.