Nesta semana a Folha percorreu os seis distritos policiais localizados na área de abrangência do jornal (18º, 29º, 42º, 56º, 57º e 70º) e conversou com os delegados titulares para saber um pouco mais da carreira deles e quais são os principais desafios de cada região.
56º DP – Vila Alpina
Luiz Eduardo Aguiar Marturano
Em 1985, o então estudante de direito, por influência de colegas de classe, prestou e foi aprovado no concurso para investigador da Polícia Civil. Três anos depois virou delegado, carreira que começou a exercer no interior de São Paulo. Em 1989 voltou para a Capital onde trabalhou como plantonista em cinco distritos, um deles o 70º DP – Sapopemba. Em 1996 foi convidado a integrar a equipe de homicídios do DHPP, onde ficou até 2004. De 2007 a 2009 fez parte do Departamento de Investigações sobre Crime Organizado (Deic). Finalmente, em maio de 2011 chegou ao comando do 56º DP. Com 47 anos, Marturano explica que o principal trabalho no distrito é para diminuir o número de roubos e furtos de veículos e pertences, que aumentaram com a chegada do metrô à região. O delegado também ressalta que trabalha fortemente contra a invasão de residências, principalmente nos casos envolvendo a gangue intitulada Mooca Chapa Quente, que age com bastante violência.
18º DP – Alto da Mooca
Maria Celina Sabadini
Dos seus 59 anos de vida, 39 foram dedicados à Polícia Civil, onde, em 1973, começou como escrituraria temporária, após trabalhar cerca de um ano como bancária. Anos depois se tornou escrivã e em 1991 passou no concurso de delegada de polícia. Seu primeiro desafio foi na Delegacia de Defesa Mulher (DDM) da cidade de Franca. Em 1992 se juntou ao Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), onde ficou até 1996. No ano seguinte chegou ao 57º DP – Parque da Mooca, permanecendo no distrito por cinco anos. Voltou para região em 2006, ano em que começou a trabalhar no 18º DP como delegada plantonista. Em janeiro do ano passado foi nomeada a delegada titular, cargo que ocupa desde então. Segundo Maria Celina, o principal crime praticado na área do DP é o estelionato e sua equipe trabalha cada vez mais para diminuir este tipo de ação na Mooca.
29º DP – Vila Diva
* Charles Calil
Ex-funcionário do Tribunal de Justiça, no Fórum da Penha, onde trabalhou de 1975 a 1988, o delegado de 53 anos passou praticamente toda sua carreira policial em distritos da Zona Leste. De 1988 pra cá, ele passou pelo 10º DP – Penha, 31º DP – Vila Carrão, 21º DP – Vila Matilde e 81º DP – Belém. Na região, Calil comandou outros três distritos: 18º DP – Alto da Mooca, 42º DP – Parque São Lucas e 56º DP – Vila Alpina. Delegado titular há 15 anos, ele está à frente do 29º DP desde 2008.
Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública, os principais crimes cometidos na área da Vila Diva são os de furto e roubo, sendo que entre janeiro e novembro do ano passado foram 1183 casos de furto, 437 de veículos, e 640 roubos, destes 235 de veículos. O número registros de lesão corporal dolosa ou por lesão corporal culposa em acidente de trânsito também chama atenção: 153 e 128, respectivamente. Vale ressaltar que o distrito cobre parte da avenida Sapopemba, onde ocorrem freqüentes colisões de veículos e atropelamentos.
* Informações do site da Polícia Civil. O delegado está de férias.
42º DP – Parque São Lucas
Carmino Pepe
Há menos de dois meses à frente do 42º DP, o ex-bancário, profissão que exerceu por mais de oito anos, tem um longo currículo policial, que começou em junho de 1972. De lá para cá, ele comandou como delegado titular seis distritos da Capital. Na região, assumiu o cargo máximo do 18º DP em 1982. Hoje, aos 64 anos, Pepe espera usar sua experiência para diminuir o número de roubos e furtos de veículos, além das famosas saidinhas de banco na área do 42º. De acordo com o delegado, o trecho que o distrito abrange tem muitas rotas de fuga e locais de divisa de região e com as cidades do ABC Paulista, o que facilita a ação dos criminosos. Pepe afirmou para a Folha que ao fechar o balanço de boletins de ocorrência de janeiro, seu segundo mês no DP, ele esperar estipular as metas e as operações para sua equipe de investigadores e também buscar com a Polícia Militar maneiras de coibir estes tipos de crimes.
57º DP – Parque da Mooca
Ricardo Salvatori
Apesar de ser o mais novo dos delegados dos seis DPs, com apenas 46 anos, Salvatori é o que está há mais tempo no comando de um distrito da região, ocupa o cargo no 57º desde 2007. Entretanto, o delgado tem vasto currículo policial, que começou em 1989, quando deixou de ser funcionário público na Prefeitura de São Paulo. Já em 1990 teve a sua primeira passagem no DP do Parque da Mooca, como delegado adjunto. Em 1992 ingressou no DHPP, onde permaneceu por seis anos. De 1999 a 2001 voltou ao 57º, desta vez como delegado titular. Foi trabalhar em São Bernardo do Campo e em 2003 foi convidado a fazer parte da equipe da Corregedoria do Polícia Civil, deixando a divisão somente em 2006, quando assumiu o comando de outro DP na Mooca, o 18º. Salvatori faz questão de ressaltar que apesar de sua equipe trabalhar fortemente para diminuir o número de crimes na região, a área do distrito pode ser considerada tranquila, sendo que dificilmente uma mesma rua conta com dois roubos registrados.
70º DP – Sapopemba
Roberto Batista Filho
Com 59 anos, o ex-jornalista, que chegou a trabalhar no Jornal da Tarde e na Agência Folha, completou 26 anos dedicados à Polícia Civil. Delegado titular do 70º desde o começo de 2010, Filho também trabalhou na região em outras ocasiões, fazendo parte até da Seccional Leste. De 2007 a 2008 comandou o 21º DP – Vila Matilde. Em conversa com a reportagem, o delegado confirmou que área do distrito é problemática. Para se ter uma ideia, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública, de janeiro a novembro de 2011, o DP acumulou quase 2 mil casos de roubo e mais de 1.700 de furtos, sendo que o número de roubo de veículos, 730, ultrapassou no mesmo período as estatísticas do 42º DP, que no primeiro trimestre do ano passado ocupava o quinto lugar no ranking deste tipo de crime na Capital. Para Filho, tal situação se deve a facilidade de fuga dos criminosos devido a existência de grandes avenidas próximas, além de a área contar com mais de 30 favelas, e de que estes roubos e furtos também terem ligação com o tráfico.
RICARDO SALVATORI O MELHOR DELEGADO DEPOLICIA QUE JÁ CONHECI.
Parabéns orgulho da nossa polícia confiou de coração sei o quanto é difícil e desgastante força estamos com vcs apoiando 💓