Desde junho de 2009, quando a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) instalou um semáforo no viaduto Grande São Paulo, no sentido ABC/Centro, onde ocorre a junção das avenidas Anhaia Mello e Doutor Francisco Mesquita, não faltam questionamentos se a medida foi acertada. Muitos motoristas que passam pelo trecho reclamam que o equipamento gera mais insegurança do que auxilia o trânsito. Como medida para amenizar as críticas, a CET alterou a programação do farol, que após às 18h funciona no amarelo piscante. O que também é motivo de queixas e indagações.
“Se o semáforo funciona apenas 12 horas por dia, qual a real necessidade dele? Desde o começo achei que estava errado. Aqui é uma junção de avenidas e não um cruzamento. A CET devia ter colocado prismas para organizar o trânsito no local e não travar todo mundo. Dá muito medo ficar parado neste ponto que é perigoso”, comenta o consultor de economia Bruno Soarez Cacler.
A insegurança do local foi comprovada menos de seis meses depois da instalação do semáforo. Na noite do dia 4 de novembro, o representante comercial Vandir Gomes Soares, de 47 anos, foi assassinado após uma tentativa de roubo, enquanto esperava o farol abrir. Já a enfermeira Bianca Felix dos Anjos, lembra de outro crime facilitado pela presença do farol no viaduto. “Quem vem do ABC tem que ficar muito tempo parado nesse semáforo e o congestionamento na Doutor Francisco Mesquita se estende por quilômetros. Em setembro do ano passado um bando realizou um arrastão na avenida em plena luz do dia. Motoristas que estavam parados perto da rua Vila Prudente tiveram seus pertences roubados”, completa Bianca.
O vereador Chico Macena (PT), que já foi presidente da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), também acredita que o farol não tem serventia. “A colocação de prismas já auxiliaria o trânsito. Este semáforo só retarda o fluxo”, afirma Macena.
Quem também se manifestou contrário foi o vereador Ricardo Teixeira (PV), que encaminhou oficio para o órgão de trânsito solicitando uma reavaliação do farol no trecho, ressaltando a situação de insegurança no local e a possibilidade de instalação de uma sinalização alternativa.
A CET informou que o farol “foi instalado para administrar o conflito veicular que ocorre no cruzamento, principalmente no horário de pico da manhã, quando o volume de veículos é intenso no local e o equipamento funciona normalmente. Nos demais horários, quando o fluxo de carros é baixo, o semáforo opera em amarelo intermitente, evitando espera desnecessária e sem comprometer a segurança”. Foi ressaltado ainda que “a programação desse controlador é ajustada por computador, de acordo com as demandas de veículos que passam nas duas vias, o que possibilita alterações, sempre que necessárias”. Para finalizar, a CET afirmou “o semáforo está operando em caráter definitivo e de acordo com os padrões de segurança e características do sistema viário no local”.