Em julho de 2010, o prefeito Gilberto Kassab esteve na Vila Prudente, para avisar que a multa para quem fosse flagrado despejando entulho em via pública saltaria de R$ 500 para R$ 12 mil. O infrator ainda pode ser preso, pois está cometendo crime ambiental. Porém, passado um ano, nada mudou na região: montes de entulhos são encontrados facilmente nas mais diversas vias.
Até o exato ponto onde o prefeito fez o anúncio, na esquina da rua Vila Prudente com a avenida Doutor Francisco Mesquita, está repleto de sujeira, conforme a reportagem da Folha constatou nesta semana. No trecho há restos de materiais de construção, sofás e demais móveis velhos, lixo, entre outros detritos. “É um grande desrespeito tanto das pessoas que despejam a sujeira como da Prefeitura que não aparece para fiscalizar. Cadê o Kassab que disse que iria fechar o cerco a esses infratores?”, questiona Rubens Altino, morador da rua Vila Prudente.
A menos de três meses para o início da temporada de fortes chuvas – no ano passado, a região começou a sofrer com as enchentes em novembro – pontos típicos de alagamentos também seguem sem fiscalização para coibir a infração.
A rua Dianópolis, entre os números 1.600 e 3.000, e parte da alça da avenida Anhaia Mello nos baixos do viaduto Grande São Paulo, sentido ABC – pontos de grandes enchentes – estão com muita sujeira. “Sempre vejo pessoas despejando restos de construção na rua Dianópolis. Se a Prefeitura quiser, flagra com facilidade. Sabemos que boa parte desse lixo vai parar nos bueiros e as enchentes estão cada vez mais fortes”, comenta José da Silva, que mora na favela da Vila Prudente.
A avenida Engenheiro Tomás Magalhães, na Vila Alpina, que é cortada por um córrego e recentemente recebeu uma grande obra da Prefeitura, é outro local problemático. Dois pontos da via são alvos de descarte frequente de entulho. Na altura do número 520, um terreno sem muro se transformou em lixão: móveis velhos, restos de construções, mais de 15 pneus e muitos detritos. Mais adiante, próximo à esquina com a Doutor Francisco Mesquita, o cenário é ainda pior. A calçada foi tomada pela sujeira e os bueiros estão comprometidos. Nesse trecho há placas da Prefeitura sinalizando a proibição do despejo, mas, evidentemente, não surtem efeito. “O que adianta sinalizar se não existe fiscalização. Todos sabem que aqui é um ponto rotineiro de descarte. Todos os dias param carros e despejam sujeira, mas ninguém aparece para punir”, declara o balconista Bruno Rosário, que passa frequentemente pelo trecho. “Temos que andar pelo meio da rua”, reclama.
Na avenida Anhaia Mello, que chega a virar um grande rio na temporada de chuva, o entulho também tem lugar ‘cativo’. A vala existente no canteiro central da avenida, entre as ruas Manuel da Costa e Bento Sabino dos Reis, no São Lucas, parece ser um dos pontos preferidos dos infratores. A situação é preocupante, já que o espaço serve de acesso às galerias do córrego Mooca, que corre sob a avenida. O problema foi denunciado três vezes pela Folha no ano passado. “A Prefeitura faz a limpeza apenas quando o jornal publica a matéria. Depois nunca mais retorna. Esse ponto deveria ter conservação constante, já que sofremos bastante com as enchentes”, relata a vendedora Márcia Fontinelli.
A Folha entrou em contato com a Subprefeitura de Vila Prudente/Sapopemba e questionou o andamento do serviço de limpeza e remoção de entulho, bem como a fiscalização, mas até o fechamento desta matéria não obteve retorno.
Na rua Oliveira Gouveia com a Prof. L.I. Anhaia Mello vive frequentemente com esse problema local de enchente constante, vivemos com lixos, entulhos, ratos e bueiros entupidos. É um absurdo…
A prefeitura VP, deveria dar mais atenção a estes casos, ao invés do Sr.Sub-prefeito, ficar dando carona de helicópteros, para funcionários da sua administração (ver matéria do ESTADÃO de 29/08/11), devia sim, usar o helicóptero para fiscalizar os pontos viciados da região, que são muitos.
Já abri diversas reclamações sobre a Av. Engenheiro Tomás Magalhães com ratos, matos e abandono. Foi feito o córrego, mas a arborização e limpeza prometida ficou no papel. Com a chegada das chuvas só tende a piorar, pois o volume de lixos, matos e entulhos aumenta dia a dia. Um absurdo.
Já abri diversas reclamações sobre a Av. Engenheiro Tomás Magalhães com ratos, matos e abandono. Foi feito o córrego, mas a arborização e limpeza prometida ficou no papel. Com a chegada das chuvas só tende a piorar, pois o volume de lixos e entulhos aumenta dia a dia. Um absurdo.