Na última semana Folha abordou que a Prefeitura aumentou a fiscalização para autuar motoristas que não respeitam a faixa de pedestres em locais onde não há semáforo. Entretanto, apesar da ação integrar o programa municipal de Proteção ao Pedestre, lançado em maio, o governo parece esquecer de algo essencial para que a lei seja cumprida: a manutenção da sinalização de solo.
Na região o que se pode perceber é que a pintura de muitas faixas está apagando ou já não existe mais. Um destes casos acontece ao longo da avenida São Lucas, local com grande fluxo de pedestres e veículos. A situação foi alvo de matéria da Folha em janeiro, mas nada foi feito passados oito meses. “É uma vergonha que em uma avenida com tanto comércio não haja a manutenção correta da sinalização. Tem cruzamento em que a faixa de pedestre sumiu há pelo menos dois anos e a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) não refez a pintura. O pedestre fica sem ter onde atravessar e o motorista não tem como adivinhar que ali tem uma faixa”, comenta o vendedor Norberto dos Santos.
Outro trecho problemático para a travessia de transeuntes, devido a falta de manutenção da faixa, é na altura do número 2.100 da rua Costa Barros, na Vila Alpina. “Cansamos de pedir um semáforo para este local, já que aqui tem muito prédio e algumas escolas. Mas com o aumento na fiscalização contra o desrespeito às faixas de pedestres, acredito que os motoristas vão se conscientizar e apenas a faixa bastará. Mas se não repintar, como o motorista vai saber que ela existe?”, indaga o morador da região, Victor Hugo Martins.
Quem também reclama da situação são os pedestres que passam pela rua José dos Reis, na Vila Prudente, principalmente na esquina com a praça Santa Helena. “Tem uma creche no trecho, a junta militar, uma padaria… só não tem a faixa de pedestres. A pintura da mesma já apagou quase por completo. E como esta via serve como rota de fuga da Anhaia Mello, os motoristas estão sempre apressados. A travessia é muito difícil”, ressalta a fonoaudióloga Karine Garcia Freitas.
A falta de manutenção ocorre até nos locais onde a faixa de pedestre serve de acesso a espaços da própria Prefeitura, como na avenida Jacinto Menezes Palhares, no Jardim Independência, em frente ao Clube Escola Vila Alpina. “Esta via está cada vez mais movimentada e os pedestres nunca têm vez. Agora não podemos contar nem com a faixa de travessia. A Prefeitura fez um serviço de tapa-buraco e cobriu a sinalização de solo. A CET por sua vez, não apareceu para fazer a repintura”, explica a usuária do clube, Amélia Teixeira da Silva.
A Companhia de Engenharia de Tráfego informou que irá vistoriar a avenida São Lucas e os demais locais citados, e constatando que a sinalização horizontal encontra-se desgastada, será elaborado projeto de manutenção prevendo a repintura de solo. Foi afirmado ainda, que durante este período será avaliada as condições de trânsito dos locais, objetivando detectar problemas existentes e propor medidas que minimizem os seus efeitos.
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O lema da “CET”, multar primeiro para aumentar a arrecadação, depois em 2º plano, educar, pintar faixas, colocar lombadas, semáforos e por ai vai…esta ´e a CET, ando muito pela cidade de São Paulo de carro, e observo que onde está este pessoal, o transito só piora….infelizmente.
os pedestres agora se acham no direito de se plantar na frente dos nossos carros…muitas vezes é impossível brecar sem que o veículo de trás acabe batendo em nossa traseira…como fica isso. Será que a prefeitura não está querendo transferir SUA responsabilidade aos motoristas já tão castigados neste trânsito estressante ?