No mês passado foi divulgado o projeto do prefeito Gilberto Kassab que visa a venda de 20 imóveis e terrenos municipais em troca de construções de novas creches na cidade através da iniciativa privada. Os endereços listados para o leilão foram levantados pela Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão, e entre eles, constam um depósito de 15,7 mil m² na rua Bresser, e a praça das Flores Alfredo Di Cunto, de 6,6 mil m², na avenida Alcântara Machado, ambos na Mooca. Segundo a Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio (Embraesp), a venda dos 20 terrenos pode render cerca de R$ 480 milhões. Para os leilões serem iniciados, 10 dos 20 endereços, inclusive os dois da região, precisam ter a venda aprovada na Câmara.
A notícia pegou de surpresa associações e políticos da Mooca, principalmente no que diz respeito à área da praça das Flores, onde atualmente funciona uma Escola Estufa que oferece à população menos favorecida a oportunidade de se profissionalizar, através de cursos, no ramo de jardinagem e de paisagismo ambiental. Além disso, o local ainda é utilizado como viveiro, com uma variedade de 80 espécies de mudas para o plantio nas áreas verdes pertencentes à Subprefeitura Mooca.
“A venda da praça das Flores é lamentável. Corremos o risco de perder uma área verde do bairro e um bom projeto. Entre 2007 e 2008, transformamos o local no que hoje é a praça das Flores Alfredo Di Cunto. O espaço tinha dois importantes objetivos: formar um viveiro com mudas ornamentais e frutíferas que abastecessem as praças e canteiros da região e o mais importante, capacitar moradores em situação de rua, através de cursos de jardinagem. Esse projeto está bem conduzido pelo subprefeito atual e é um modelo que deve ser multiplicado e não suprimido. Além disso, a Mooca precisa trocar uma parte do concreto cinza, pelo verde das árvores e das flores”, comenta o ex-subprefeito da Mooca e atual presidente do PSDB no bairro, Eduardo Odloak. “Pior que eu acredito que a Câmara irá aprovar, já que se trata de um pacote de terrenos e não um específico. O que poderia evitar a venda do espaço seria uma mobilização pública, com a comunidade da Mooca mostrando que é contra a perda desta área verde”, avisa.
A Associação Amoamooca defende que os dois terrenos são de grande importância para o bairro e não podem ser vendidos. “Estamos organizando um abaixo-assinado, a pedido da comunidade em nossas reuniões, para manter estes espaços públicos, que são os únicos ainda disponíveis na Mooca. O viveiro, que está na Alcântara Machado, é a única área verde naquele ponto, tem que ser preservado, inclusive dando seguimento ao projeto que lá está instalando, que é de grande valia. Já no depósito, que hoje é utilizado pela Subprefeitura para o descarte de sucata, desejamos que seja construído um grande centro cultural utilizando os próprios galpões já existentes no espaço e construindo uma praça, para criar mais área verde. Não queremos que construam mais prédios na Mooca, já temos muitos espigões por aqui”, ressalta o primeiro secretário da Amoamooca, Pedro Felice Perduca.
A reportagem questionou a Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão sobre o caso, mas até o fechamento desta edição não obteve retorno.
Histórico
O local onde hoje está a praça das Flores Alfredo Di Cunto começou a ser utilizado em projetos sociais na gestão da ex-prefeita Marta Suplicy (PT), que organizou uma horta comunitária no espaço, onde a população mais carente podia aprender sobre plantio e comercializar as colheitas.
Entre 2005 e 2006, a área praticamente caiu em desuso devido à falta de recursos. Entretanto, em 2007 a gestão do prefeito Gilberto Kassab começou a reforma do espaço, que em 2008 se transformou em viveiro e escola de jardinagem. Em fevereiro deste ano, o local também passou a funcionar como escola estufa, ministrando aulas práticas ambientais de agricultura, plantio e paisagismo.
QUE E ISSO SEU KASSAB JA ESTAMOS CARENTE DE AREA VERDE NA ZONA LESTE PRINCIPALMENTE NA MOOCA, VILA PRUDENTE E OUTROS BAIRROS DA REGIAO E VEM VOCE QUERENDO LEILOAR ESSA AREA VERDE QUE NAO EXISTE EM NOSSO BAIRRO, VAI ESPERAR O QUE DE UM PREFEITO QUE RECENTEMENTE TEVE UM AUMENTO DE SALARIO DE 61,8% QUE ERA DE R$ 12.384,00 E PASSOU P/ R$ 20.042,33 ELE ESTA GANHANDO MAIS QUE O NOSSO GOVERNADOR, VOCE ACHA QUE ESSE CARA MERECE NOSSO VOTO, ISSO E UMA VERGONHA ESTAMOS DE OLHO CADEIA NELES.
Por que os moradores da região, assiciações de bairro e o bem comum não podem ser preservados? Será que neste momento crucial a decisão está apenas no seio do poder e ninguém pode fazer nada? As decisões matemáticas que não consideram o fator humano bastam?
Como podemos nos manifestar?